Mensagem do responsável da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios
A semana que se inicia no dia 18 de abril tem, para os cristãos, um sentido especial: somos convidados a intensificar a oração pelas vocações consagradas. Esta intenção já está presente na oração quotidiana de muitas pessoas e comunidades cristãs mas, durante estes dias, é toda a Igreja que se une na mesma prece ao Senhor da messe para que envie mais trabalhadores para a sua messe.
O ponto culminante desta semana é a celebração do 4º domingo da Páscoa, Domingo do Bom Pastor. Esta feliz coincidência evidencia que, na oração, nos dirigimos a Deus por Cristo e com Cristo, o pastor que deu a sua vida pelas suas ovelhas, aquele que ressuscitou dos mortos e pelo Espírito continua a conduzir o seu povo, chamando alguns para exercerem o ministério pastoral em seu nome. Desta forma significamos o valor e a especificidade da vocação consagrada e a sua importância para a missão da Igreja, aquela que lhe foi outorgada por Jesus Ressuscitado.
Na tradição cristã a oração está sempre aberta à contemplação e à reflexão. Contemplando a Cristo no seu mistério pascal, olhamos com preocupação e com esperança a realidade atual em que é patente, por uma lado, a carência de vocações consagradas mas em que, por outro, vão surgindo pequenos sinais de novidade. Quanto à reflexão, ela pode ser estimulada e enriquecida pela mensagem do Papa Francisco, intitulada: «São José: o sonho da vocação». Como o título indica, o Santo Padre propõe-nos a figura de São José como aquele que «vem em nossa ajuda com a sua mansidão» e que pode «com o seu forte testemunho, guiar-nos no caminho». A partir da vida de São José, relatada no evangelho, o Papa Francisco sugere-nos três palavras-chave para a vocação de cada um: sonho, serviço e fidelidade.
A realização desta semana devia servir também para despertar a consciência de todos para a problemática da vocação, dado que, por vezes fica a impressão de que é um tema esquecido ou secundarizado. Precisamos de incrementar uma verdadeira cultura vocacional que ajude os cristãos, a começar pelos mais jovens, a olhar a vida numa outra perspetiva, a da vocação. A esta luz, as várias escolhas que se fazem na vida não se reduzem a meras escolhas pragmáticas, nem podem esquecer que tudo constitui uma vocação. «Trata-se, em suma, de reconhecer para que fui criado, qual o sentido da minha passagem por esta terra, qual o projeto do Senhor para a minha vida» (CV, 256).
Nestes dias, é igualmente oportuno e necessário revalorizar a vocação consagrada, apresentada, no conjunto das outras vocações, com a sua especificidade e a sua riqueza próprias. De facto, «no discernimento de uma vocação não se deve descartar a possibilidade da consagração a Deus no sacerdócio, na vida religiosa ou noutras formas de consagração» (CV, 276). Estamos certos que o Senhor continua a chamar e sabemos também que esse chamamento é atraente e fascinante. Importa, por isso, tudo fazer no sentido de criar as condições exteriores e interiores para que o chamamento divino seja escutado e o processo de discernimento seja bem acompanhado de forma a desembocar em decisões livres, corajosas e sempre sustentadas no amor e na fidelidade de Deus.
Nesta ocasião, a Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios (CEVM) manifesta o seu reconhecimento a todos aqueles e aquelas que, nas dioceses, congregações religiosas e outras instâncias eclesiais, se têm empenhado de forma dedicada na obra das vocações. Agradece ainda a todas as pessoas que colaboraram na elaboração dos materiais de apoio para esta semana.
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