Papa fala de poesia, oração e férias na última audiência geral antes da pausa estival

https://www.snpcultura.org/imagens/david_20200624_pc.jpg«Quando [a uma pessoa] falta a poesia, a sua alma coxeia»: com um acrescento de improviso ao texto preparado para a catequese da audiência geral desta quarta-feira, no Vaticano, o papa sintetizou a “lição” sempre atual de David para os cristãos de todos os tempos.

No encontro, realizado novamente na biblioteca privada do palácio apostólico do Vaticano, sem a presença de fiéis, por causa da pandemia, Francisco prosseguiu o ciclo de reflexões sobre o tema da oração, iniciado a 6 de maio, e ao comentar o Salmo 18, aprofundou a figura do humilde pastor que se tornou rei de Israel.

A tradição impõe que «David é o grande artífice da composição dos salmos. No início fazem frequentemente referência explícita ao rei de Israel e a alguns dos acontecimentos mais ou menos nobres da sua vida».

Nela, prosseguiu Francisco, «existe apenas um fio condutor que confere unidade a tudo o que acontece: a sua oração. Esta é a voz que nunca se apaga. David santo reza; David pecador reza; David perseguido reza; David perseguidor reza; David vítima reza. Até David carnífice reza». 

«A oração confere-nos nobreza: ela é capaz de assegurar a relação com Deus, que é o verdadeiro Companheiro de caminho do ser humano, no meio das numerosas provações da vida, boas ou más: mas sempre com a oração. Obrigado Senhor. Tenho medo Senhor. Ajudai-me Senhor. Perdoai-me Senhor», apontou.

É a «nobreza da oração» que deixa o ser humano «nas mãos de Deus», «mãos chagadas de amor, as únicas mãos seguras que nós temos», afirmou Francisco ao concluir a catequese.

No termo da última audiência antes da pausa estival, o papa, na saudação aos peregrinos polacos, fez uma referência explícita às férias: «Apesar de todas as medidas de segurança ligadas à ameaça do contágio pelo coronavírus, que este seja um tempo sereno de repouso, de fruição da beleza da criação e de reforço dos laços com os seres humanos e com Deus».

Aludindo a S. João Batista, de quem a Igreja evoca hoje, liturgicamente, o nascimento, Francisco afirmou: «Aprendamos daquele que foi o precursor de Jesus a capacidade de testemunhar com coragem o Evangelho, para além das diferenças, conservando a concórdia e a amizade que fundam a credibilidade de qualquer anúncio de fé».


 

In L'Osservatore Romano | Com Sala de Imprensa da Santa Sé
Edição: Rui Jorge Martins
Imagem: Rei David | zatletic/Bigstock.com
Publicado em 24.06.2020

Comentários