O papa João Paulo II soube bem o que era conviver com a doença, especialmente na parte final da sua vida. No dia em que se assinalam 15 anos da sua morte, ocorrida a 2 de abril de 2005, e no mesmo ano em que comemora o centenário do seu nascimento, propomos dez meditações do pontífice polaco, declarado santo pelo papa Francisco em 2014, que podem encorajar a fé e a esperança neste momento de pandemia.
Abrir as portas a Cristo
«Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o seu poder! E ajudai o papa e todos aqueles que querem servir a Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira! Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao seu poder salvador abri os confins dos estados, os sistemas económicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem "o que é que está dentro do homem". Somente Ele o sabe!» (Homilia no início do pontificado, 22.10.1978)
A força do amor
«O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se o não experimenta e se o não torna algo seu próprio, se nele não participa vivamente. E por isto precisamente Cristo Redentor, como já foi dito acima, revela plenamente o homem ao próprio homem. Esta é — se assim é lícito exprimir-se — a dimensão humana do mistério da Redenção. Nesta dimensão o homem reencontra a grandeza, a dignidade e o valor próprios da sua humanidade» (Encíclica “Redemptor hominis”, n. 10, 4.3.1979)
A força da fragilidade
«Aqueles que participam nos sofrimentos de Cristo têm diante dos olhos o mistério pascal da cruz e da ressurreição, no qual Cristo, numa primeira fase, desce até às últimas da debilidade e da impotência humana: efetivamente, morre pregado na cruz. Mas dado que nesta fraqueza se realiza ao mesmo tempo a sua elevação, confirmada pela força da Ressurreição, isso significa que as fraquezas de todos os sofrimentos humanos podem ser penetradas pela mesma potência de Deus, manifestada na cruz de Cristo.» (Carta apostólica “Salvifici doloris”, n. 23, 11.2.1984).
«Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o seu poder! E ajudai o papa e todos aqueles que querem servir a Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira! Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao seu poder salvador abri os confins dos estados, os sistemas económicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem "o que é que está dentro do homem". Somente Ele o sabe!» (Homilia no início do pontificado, 22.10.1978)
A força do amor
«O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se o não experimenta e se o não torna algo seu próprio, se nele não participa vivamente. E por isto precisamente Cristo Redentor, como já foi dito acima, revela plenamente o homem ao próprio homem. Esta é — se assim é lícito exprimir-se — a dimensão humana do mistério da Redenção. Nesta dimensão o homem reencontra a grandeza, a dignidade e o valor próprios da sua humanidade» (Encíclica “Redemptor hominis”, n. 10, 4.3.1979)
A força da fragilidade
«Aqueles que participam nos sofrimentos de Cristo têm diante dos olhos o mistério pascal da cruz e da ressurreição, no qual Cristo, numa primeira fase, desce até às últimas da debilidade e da impotência humana: efetivamente, morre pregado na cruz. Mas dado que nesta fraqueza se realiza ao mesmo tempo a sua elevação, confirmada pela força da Ressurreição, isso significa que as fraquezas de todos os sofrimentos humanos podem ser penetradas pela mesma potência de Deus, manifestada na cruz de Cristo.» (Carta apostólica “Salvifici doloris”, n. 23, 11.2.1984).
Oportunidade de crescimento pessoal
«O eclipse do sentido de Deus e do homem conduz inevitavelmente ao materialismo prático, no qual prolifera o individualismo, o utilitarismo e o hedonismo. (…) Em tal contexto, o sofrimento — peso inevitável da existência humana mas também fator de possível crescimento pessoal —, é « deplorado », rejeitado como inútil, ou mesmo combatido como mal a evitar sempre e por todos os modos. Quando não é possível superá-lo e a perspetiva de um bem-estar, pelo menos futuro, se desvanece, parece então que a vida perdeu todo o significado e cresce no homem a tentação de reivindicar o direito à sua eliminação.» (Encíclica “Evangelium vitae”, n. 23, 25.3.1995)
O sentido do sofrimento
Viver para o Senhor significa também reconhecer que o sofrimento, embora permaneça em si mesmo um mal e uma prova, sempre se pode tornar fonte de bem. E torna-se tal se é vivido por amor e com amor, na participação, por dom gratuito de Deus e por livre opção pessoal, no próprio sofrimento de Cristo crucificado. Deste modo, quem vive o seu sofrimento no Senhor fica mais plenamente configurado com Ele e intimamente associado à sua obra redentora a favor da Igreja e da humanidade. (Encíclica “Evangelium vitae”, n. 67, 25.3.1995)
Oferecer a dor
«Vós que viveis sob a provação, que vos defrontais com o problema da limitação, do sofrimento e da solidão interior diante dele, não deixeis de dar um sentido a essa situação. Na cruz de Cristo, na união redentora com Ele, no aparente fracasso do Homem justo que sofre e com o seu sacrifício salva a humanidade, no valor de eternidade desse sofrimento está a resposta. Voltai o olhar para Ele, para a Igreja e o mundo, e elevai o vosso sofrimento, completando nele, hoje, o mistério salvífico da sua cruz.» (Encontro com os doentes, Saragoça, 6.11.1982)
Esperança frente ao medo
«Para que o milénio que está à porta possa ser testemunha de um novo auge do espírito humano, favorecido por uma autêntica cultura da liberdade, a humanidade deve aprender a vencer o medo. Devemos aprender a não ter medo, recuperando um espírito de esperança e confiança. A esperança não é um otimismo vão, ditado pela confiança ingénua de que o futuro é necessariamente melhor que o passado. Esperança e confiança são a premissa de uma atuação responsável, e têm o seu apoio no íntimo santuário da consciência, onde o ser humano está a sós com Deus, e por isso mesmo intui que não está só entre os enigmas da existência, porque está acompanhado pelo amor do Criador.» (Discurso à ONU, 5.10.1995).
Cruzar o limiar da esperança
Muitos perigos parecem incumbir sobre o futuro da humanidade e inúmeras incertezas pesam sobre os destinos pessoais, e não raro sentimo-nos incapazes de os enfrentar. Também a crise do sentido do existir e o enigma do sofrimento e da morte voltam com insistência a bater à porta do coração dos nossos contemporâneos. A mensagem de esperança que vem de Jesus Cristo ilumina este horizonte denso de incertezas e de pessimismo. A esperança sustenta-nos e protege no bom combate da fé. (…) Hoje não basta despertar a esperança na interioridade da consciência de cada um; é preciso cruzar juntos o limiar da esperança.» (Audiência geral, 11.11.1998)
Os jovens são a nossa esperança
«Vós sois jovens e o papa é idoso, e ter 82 ou 83 anos não é a mesma coisa que ter 22 ou 23. Todavia, ele continua a identificar-se plenamente com as vossas esperanças e as vossas aspirações. Juventude de espírito, juventude de espírito! Embora eu tenha vivido no meio de muitas trevas, sob duros regimes totalitários, tive suficientes motivos para me convencer de maneira inabalável de que nenhuma dificuldade e nenhum temor é tão grande a ponto de poder sufocar completamente a esperança que jorra sem cessar no coração dos jovens. Vós sois a nossa esperança, os jovens são a nossa esperança! Não permitais que esta esperança morra. Comprometei a vossa vida com ela. Nós não somos a soma das nossas dificuldades e falências; constituímos a soma do amor do Pai por nós e da nossa capacidade concreta de nos tornarmos imagem do seu Filho.» (Homilia na missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude, Toronto, 28.7.2002)
Para a Casa do Pai
«Estou feliz, sejam-no também vós. Não quero lágrimas. Rezemos juntos com satisfação. Na Virgem tudo confio felizmente.» «Deixai-me ir para a Casa do Pai.» (Palavras dos últimos dias, ditas ao seu secretário)
Mateo González Alonso
In Vida Nueva
Edição: Rui Jorge Martins
Imagem: S. João Paulo II
Publicado em 02.04.2020
SNPC
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