Papa pede aos leigos que evitem cinco tentações: Clericalismo, competitividade, carreirismo, rigidez, negatividade

«É a vossa hora, homens e mulheres comprometidos no mundo da cultura, da política, da indústria… que com o seu modo de viver sejam capazes de levar a novidade e a alegria do Evangelho aonde estão.»

Este é o desafio e o apelo que o papa dirigiu hoje aos participantes no Congresso Nacional de Leigos que decorre entre esta sexta-feira e domingo, em Madrid, na qual acentua que a palavra de Deus precisa de ser anunciada «com paixão e alegria através do testemunho cristão, para derrubar até os muros mais altos que isolam e excluem».
«Peço-vos, por favor, que eviteis a todo o custo as “tentações” do leigo dentro da Igreja, que podem ser: o clericalismo, que é uma praga e vos encerra na sacristia, como também a competitividade e o carreirismo eclesial, a rigidez e a negatividade…, que asfixiam o específico do vosso chamamento à santidade no mundo atual», apontou.
O “Povo de Deus em saída”, tema do encontro, «vive numa história concreta, que ninguém escolheu, mas que lhe é dada, como uma página em branco onde escrever. É chamado a deixar para trás as suas comodidades e dar um passo para o outro, procurando dar razão da esperança, não com respostas pré-fabricadas, mas incarnadas e contextualizadas, para fazer compreensível e exequível a Verdade que como cristãos nos move e nos torna felizes».
A mensagem apela à mobilização de uma «liberdade interior capaz de deixar tocar-se pela realidade do nosso tempo, e ter a coragem de sair ao seu encontro», para «ressoar a voz sempre nova do Evangelho», particularmente na «velha Europa, em que a Boa Notícia se vê sufocada por tantas vozes de morte e desespero».
«Portanto, não tenhais medo de calcorrear as ruas, de entrar em cada canto da sociedade, de chegar até aos limites da cidade, de tocar as feridas da nossa gente… esta é a Igreja de Deus, que arregaça as mangas para sair ao encontro do outro, sem o julgar, sem o condenar, mas estendendo-lhe a mão, para o apoiar, animar ou, simplesmente, para o acompanhar na sua vida», assinala Francisco.


Rui Jorge Martins
Fonte: Sala de Imprensa da Santa Sé
Imagem: janstarstud/Bigstock.com
Publicado em 14.02.2020


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