“QUEM MANDA AQUI!?” EDUCAR PARA OS AFETOS
"As crianças saudáveis também ficam tristes". Esta afirmação do pedopsiquiatra Eduardo Sá
pode ser desconcertante, mas na verdade ela introduz-nos no espaço familiar da educação para os
afetos. Diria que as crianças, os jovens ou os adultos saudáveis são aqueles que aprendem,
desaprendem e voltam a aprender.
Tudo isto é um processo que atravessa a vida inteira que passa pela alegria e pela tristeza, pelo sabor das vitórias e pela frustração das derrotas. E no meio do crescimento e amadurecimento saudável de qualquer um de nós estão necessariamente os nossos pais e a família.
Educar hoje, como outrora, é uma missão exigente. Educar exige amor, confiança, confrontar-se com a realidade e contemplar o mistério da vida que vai discorrendo no dia a dia...
Todos sabemos que família é o berço das sociedades. Ela é o lugar da esperança para uma humanidade que está sempre num processo de redescoberta e de aprendizagem.
Mas a realidade das violências domésticas, dos abusos de autoridade, dos maus tratos aos idosos, dos ataques desesperados aos professores, aos médico e aos enfermeiros, das crueldades entre namorados, fazem-nos questionar o papel e a função educativa dos pais nas famílias.
“Quem manda aqui?!” é a pergunta furiosa de muitos pais, diante dos seus filhos, já em desespero, sem saber o que fazer, a tentar impor-se pela autoridade de pai ou mãe. Pergunta que pode culminar em ameaças pouco pedagógicas: “Estou farto de vocês! Um dia destes deixo-vos e depois vão ver o que custa!!”.
Dizemos que tudo começa no berço ou então, em tom acusatório, dizemos de alguém que não tem boa educação que não teve berço.
Será esta a crise da família e por consequência da sociedade!? Será que faltam aos pais competências para educar para os afetos, para criar laços de estima e respeito recíprocos!? Alguma coisa se passa para as novas gerações serem mais instáveis emocional e afetivamente, para não conseguirem dominar os seus ímpetos verbais e físicos.
Qual o investimento feito para ajudar os pais, a serem mais capazes de educar para os afetos, a saberem dizer não e a saberem dizer sim!? Como podem os pais gerar pessoas conscientes e responsáveis pelo bem da família, pelo bem comum, pelo bem da sociedade!?
Sabemos que não há famílias perfeitas nem pais perfeitos. Mas sabemos também que muitas vezes a sociedade tem sido opressora da família. Não lhe dá oportunidades para que os pais disponibilizem tempo em quantidade e qualidade para os seus filhos. E a falta de tempo pode levá-los a tomar decisões erradas. Pode levá-los a descuidarem da sua função de primeiros e principais educadores. Pode, por fim, leva-los a delegar em terceiros o que lhes é devido e próprio.
Num tempo dominado por equipamentos digitais, que os mais novos controlam, continua a fazer sentido recorrer à simplicidade de meios mais banais para uma experiência educativa e afetiva em família. Há formas de estar em família que espevitam a criatividade relacional. Os afetos podem traduzir-se de muitas formas e feitios. Inventar um brinquedo ou um jogo em família pode ser uma dessas formas. A família pode ser a autora do seu caminho educativo. E só na medida em que é autora é que poderá também adquirir a devida autoridade para educar para os afetos.
E qual é o papel da Igreja nisto tudo!? A Igreja tem esta missão de buscar a originalidade da família e ajudar cada pai e mãe a encontrar o seu jeito de educar para os afetos.
Que esta XV Jornada da Família possa ser mais um contributo às famílias na sua exigente, mas apaixonante missão de ser esperança para o mundo.
Pelas Equipas Paroquiais de Pastoral Familiar de Sto Adrião e São Martinho de Brufe de Vila Nova de Famalicão
Tudo isto é um processo que atravessa a vida inteira que passa pela alegria e pela tristeza, pelo sabor das vitórias e pela frustração das derrotas. E no meio do crescimento e amadurecimento saudável de qualquer um de nós estão necessariamente os nossos pais e a família.
Educar hoje, como outrora, é uma missão exigente. Educar exige amor, confiança, confrontar-se com a realidade e contemplar o mistério da vida que vai discorrendo no dia a dia...
Todos sabemos que família é o berço das sociedades. Ela é o lugar da esperança para uma humanidade que está sempre num processo de redescoberta e de aprendizagem.
Mas a realidade das violências domésticas, dos abusos de autoridade, dos maus tratos aos idosos, dos ataques desesperados aos professores, aos médico e aos enfermeiros, das crueldades entre namorados, fazem-nos questionar o papel e a função educativa dos pais nas famílias.
“Quem manda aqui?!” é a pergunta furiosa de muitos pais, diante dos seus filhos, já em desespero, sem saber o que fazer, a tentar impor-se pela autoridade de pai ou mãe. Pergunta que pode culminar em ameaças pouco pedagógicas: “Estou farto de vocês! Um dia destes deixo-vos e depois vão ver o que custa!!”.
Dizemos que tudo começa no berço ou então, em tom acusatório, dizemos de alguém que não tem boa educação que não teve berço.
Será esta a crise da família e por consequência da sociedade!? Será que faltam aos pais competências para educar para os afetos, para criar laços de estima e respeito recíprocos!? Alguma coisa se passa para as novas gerações serem mais instáveis emocional e afetivamente, para não conseguirem dominar os seus ímpetos verbais e físicos.
Qual o investimento feito para ajudar os pais, a serem mais capazes de educar para os afetos, a saberem dizer não e a saberem dizer sim!? Como podem os pais gerar pessoas conscientes e responsáveis pelo bem da família, pelo bem comum, pelo bem da sociedade!?
Sabemos que não há famílias perfeitas nem pais perfeitos. Mas sabemos também que muitas vezes a sociedade tem sido opressora da família. Não lhe dá oportunidades para que os pais disponibilizem tempo em quantidade e qualidade para os seus filhos. E a falta de tempo pode levá-los a tomar decisões erradas. Pode levá-los a descuidarem da sua função de primeiros e principais educadores. Pode, por fim, leva-los a delegar em terceiros o que lhes é devido e próprio.
Num tempo dominado por equipamentos digitais, que os mais novos controlam, continua a fazer sentido recorrer à simplicidade de meios mais banais para uma experiência educativa e afetiva em família. Há formas de estar em família que espevitam a criatividade relacional. Os afetos podem traduzir-se de muitas formas e feitios. Inventar um brinquedo ou um jogo em família pode ser uma dessas formas. A família pode ser a autora do seu caminho educativo. E só na medida em que é autora é que poderá também adquirir a devida autoridade para educar para os afetos.
E qual é o papel da Igreja nisto tudo!? A Igreja tem esta missão de buscar a originalidade da família e ajudar cada pai e mãe a encontrar o seu jeito de educar para os afetos.
Que esta XV Jornada da Família possa ser mais um contributo às famílias na sua exigente, mas apaixonante missão de ser esperança para o mundo.
Pelas Equipas Paroquiais de Pastoral Familiar de Sto Adrião e São Martinho de Brufe de Vila Nova de Famalicão
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