Não se ter nem cinco minutos não é bem um
desabafo; é mesmo assim. E este lado da vida duma mãe, quando se tem um
bebé, nem sempre é conversado como devia. E devia!
Porque implica as noites dormidas "aos soluços", porque as cólicas insistem em fazer-se sentir. E adormecer a amamentar, por exaustão. E acordar, estremunhada, várias vezes por noite, só porque o bebé esboça um som e a leva a imaginar que vai começar a chorar. E acordar, outra vez, porque o irmão do bebé tem um pesadelo e, entretanto, acorda e protesta. E, como se não bastasse, parece (ele também), desarrumar e trocar os sonos e, em vez de dormir uma noite de seguida, volta a acordar às quatro ou às cinco e, para que ninguém faça "braços de ferro" pela noite dentro, acaba a dormir na cama dos pais, contra tudo aquilo que devia ser. E quando, finalmente, a madrugada parece convidá-la a um breve descanso, o sono é interrompido pelo seu filho mais crescido que, entretanto, já acordou e está mais do que pronto para um dia cheio de tarefas inadiáveis. E, depois, há sempre mais um "conta uma história" que ele reclama. E a roupa do mais bebé que, entretanto, quase de surpresa, deixa de lhe servir. E a necessidade de ir, num intervalo das mamadas, comprar mais um body, sempre a correr. E o mais velho que, entretanto, só come se for a mãe a convencê-lo. E, ainda a mãe mal começou a dar-lhe de comer, já o outro, mais bebé, esfomeado, reclama por ela. E, entretanto, a mãe desdobra-se e acaba com um no colo enquanto o outro "luta" porque não gosta de ervilhas. E, depois, enquanto um vai fazer uma sesta o outro interrompe-a, quando chora. E, entretanto, o mais velho fala alto de mais e o bebé desperta, pontualmente, mal-humorado. E há sempre um "Eu devia ir ao cabeleireiro" que espera por melhores horas num dia qualquer. E uma lista de compras que, só de pensar em arejar, sabe como se fosse mel, por mais que se leve por diante num espécie de correria. E, já agora, a caminho das compras, talvez se consiga passar por um parque para que o mais velho corra e "chilreie". E, logo depois, há mais isto e mais aquilo. E mais e mais. Menos os cinco minutos "só para mim" que tardam em aparecer. "Não tenho nem cinco minutos para mim" não é bem um desabafo; é mesmo assim!
Como é que as mães fazem para que, ao fim de todos os cinco minutos que não têm, tudo o que lhes faz falta para se sentirem equilibradas não lhes desabe sobre a cabeça, não as leve a "desarrumarem-se" nem as desequilibre, torna-se quase um mistério. Porque, em cima do tempo que não têm, as mães têm de pensar numa creche, nos arrufos do pai do bebé, na forma como ele parece não perceber a sua exaustão e o seu cansaço, e insiste em viver distraído ou adormecido para tudo isto. E têm um emprego e os compromissos que daí resultam, com ela, de coração apertado, a pedir desculpa por precisar de ir ao pediatra, com o mais novo. E, depois, para que tudo se complique, logo a seguir, o mais velho constipa-se e ela (sempre ela) falta, de novo. E tudo se passa com um equilíbrio muito para lá de tudo aquilo que se possa perceber.
Pode-se perguntar se tem de ser sempre assim. Se têm de ser as mães a "pagar" quase todas as despesas da maternidade. E a resposta é não, claro. Não tem de ser assim! Mas é; para muitas mulheres. Para quem os "cinco minutos só para mim" quase nunca aparecem. Como é que, apesar de tudo, elas conseguem ser bondosas e fortes e ternas e brincalhonas e sensatas e atentas, sem muitíssimos cinco minutos só para elas, que lhes faltam há tempo de mais? Só mesmo as mães é que sabem como se faz...
Porque implica as noites dormidas "aos soluços", porque as cólicas insistem em fazer-se sentir. E adormecer a amamentar, por exaustão. E acordar, estremunhada, várias vezes por noite, só porque o bebé esboça um som e a leva a imaginar que vai começar a chorar. E acordar, outra vez, porque o irmão do bebé tem um pesadelo e, entretanto, acorda e protesta. E, como se não bastasse, parece (ele também), desarrumar e trocar os sonos e, em vez de dormir uma noite de seguida, volta a acordar às quatro ou às cinco e, para que ninguém faça "braços de ferro" pela noite dentro, acaba a dormir na cama dos pais, contra tudo aquilo que devia ser. E quando, finalmente, a madrugada parece convidá-la a um breve descanso, o sono é interrompido pelo seu filho mais crescido que, entretanto, já acordou e está mais do que pronto para um dia cheio de tarefas inadiáveis. E, depois, há sempre mais um "conta uma história" que ele reclama. E a roupa do mais bebé que, entretanto, quase de surpresa, deixa de lhe servir. E a necessidade de ir, num intervalo das mamadas, comprar mais um body, sempre a correr. E o mais velho que, entretanto, só come se for a mãe a convencê-lo. E, ainda a mãe mal começou a dar-lhe de comer, já o outro, mais bebé, esfomeado, reclama por ela. E, entretanto, a mãe desdobra-se e acaba com um no colo enquanto o outro "luta" porque não gosta de ervilhas. E, depois, enquanto um vai fazer uma sesta o outro interrompe-a, quando chora. E, entretanto, o mais velho fala alto de mais e o bebé desperta, pontualmente, mal-humorado. E há sempre um "Eu devia ir ao cabeleireiro" que espera por melhores horas num dia qualquer. E uma lista de compras que, só de pensar em arejar, sabe como se fosse mel, por mais que se leve por diante num espécie de correria. E, já agora, a caminho das compras, talvez se consiga passar por um parque para que o mais velho corra e "chilreie". E, logo depois, há mais isto e mais aquilo. E mais e mais. Menos os cinco minutos "só para mim" que tardam em aparecer. "Não tenho nem cinco minutos para mim" não é bem um desabafo; é mesmo assim!
Como é que as mães fazem para que, ao fim de todos os cinco minutos que não têm, tudo o que lhes faz falta para se sentirem equilibradas não lhes desabe sobre a cabeça, não as leve a "desarrumarem-se" nem as desequilibre, torna-se quase um mistério. Porque, em cima do tempo que não têm, as mães têm de pensar numa creche, nos arrufos do pai do bebé, na forma como ele parece não perceber a sua exaustão e o seu cansaço, e insiste em viver distraído ou adormecido para tudo isto. E têm um emprego e os compromissos que daí resultam, com ela, de coração apertado, a pedir desculpa por precisar de ir ao pediatra, com o mais novo. E, depois, para que tudo se complique, logo a seguir, o mais velho constipa-se e ela (sempre ela) falta, de novo. E tudo se passa com um equilíbrio muito para lá de tudo aquilo que se possa perceber.
Pode-se perguntar se tem de ser sempre assim. Se têm de ser as mães a "pagar" quase todas as despesas da maternidade. E a resposta é não, claro. Não tem de ser assim! Mas é; para muitas mulheres. Para quem os "cinco minutos só para mim" quase nunca aparecem. Como é que, apesar de tudo, elas conseguem ser bondosas e fortes e ternas e brincalhonas e sensatas e atentas, sem muitíssimos cinco minutos só para elas, que lhes faltam há tempo de mais? Só mesmo as mães é que sabem como se faz...
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