Não sei se já teremos compreendido que não fazemos a mais pálida ideia sobre o rumo a seguir.
Eu sei. Sei que o assunto não é novo e
que talvez já canse ler sobre a mesma coisa. Ou não. Não me parece que
estejamos cansados o suficiente de ler e ver o mesmo. De ouvir o mesmo.
De bombardear com o mesmo. De dizer o mesmo. De atacar com o mesmo. De
repetir o mesmo.
Não sei como é que ainda suportamos o
chorrilho infindável de notícias e artigos absolutamente catastróficos
que não nos deixam qualquer esperança na humanidade. Nem hoje nem nunca.
O rastilho que está a ser queimado por toda a parte é, de tal forma,
poderoso que não nos deixa ver absolutamente nada. Recebemos a
informação e estamos dedicados a engoli-la sem a digerir e, pior ainda,
sem a pensar. Sem a criticar. Sem a ponderar.
Não sei como é que ainda olhamos uns
para os outros sem ter medo. Sem achar que amanhã não será dia. Sem
achar que amanhã não haverá dia.
Não sei qual será a intenção de quem tem
escolhido o que temos estado a receber através das nossas televisões,
tablets, telemóveis, computadores e outras digitalidades do
género. Tenho a dizer que, para mim, não serve. Não servem estas
repetições em forma de massacre. Não serve a ausência de esperança. Não
serve o mastigar constante e ruminante de quem parece querer pensar
apenas em quem morre e em quem mata. Tenham paciência. Há mais vida para
além da morte.
Dizem que as redes sociais nos deram
poder a mais. Que somos mais fortes porque podemos criar informação. E
conteúdo. Se assim for, que saibamos usar essa força criativa para
escrever sobre o que é bem feito, sobre o que é bom e sobre quem é bom.
Sobre o resto, acho que já falámos que chegue. Não vos parece?
Já vai sendo tempo de apagar a luz a quem já brilhou tempo demais.
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