São
muitas as formas de separação na família... Umas inevitáveis, outras sem
retorno, outras ainda a pedir a cura e a reconciliação. A morte, a doença, o
divórcio, a homossexualidade, a violência doméstica, a migração... tudo isto são
acontecimentos do quotidiano, que trazem por si mesmos separações, rupturas,
divisões... E tudo isto é vida!
Na Exortação Apostólica Amoris
laetitiae o Papa Francisco afirma: “A história duma família está marcada por
crises de todo o género, que são parte também da sua dramática beleza. É
preciso ajudar a descobrir que uma crise superada não leva a uma relação menos
intensa, mas a melhorar, sedimentar e maturar o vinho da união.” (AL 232).
Perguntemo-nos,
então: será possível uma vida plena, pacificada e feliz no meio de tantas
situações e realidades de dor e sofrimento, de crise!?
Que
caminho percorrer para uma vida vivida na serenidade e na plenitude, não
obstante os acontecimentos que trazem sentimentos de revolta, desespero e
amargura!?
E em que medida a família é o porto de
abrigo para o qual corremos e onde, apesar de tudo, nos sentimos seguros!?
Na verdade, o tema que nos
propomos refletir não se centra apenas numa única direção mas precisa de um
olhar solícito e multifocal. São muitas as formas de separação pelas quais a
família passa.
Como curar
as feridas destas múltiplas separações!? Como as superar!?
Em caso de
situações difíceis, como a morte de um filho, a doença grave de uma mãe jovem, o
que fazer para cuidar das pessoas que passam por isto!? Como viver e fazer o
luto em família!? Como fazer caminho de esperança face a acontecimentos tão
emocionalmente violentos!?
E quando os
conflitos contínuos entre esposos conduzem à violência, à agressão, ao
divórcio, que caminho fazer!? Haverá alguma proposta que permita superar estes
conflitos e ajudar os casais a encontrar uma via de entendimento e de vivificar
o amor primeiro que um dia os fez entregarem-se para toda a vida!? Será possível
que o adágio “entre marido e mulher, ninguém ponha a colher” ainda faz
sentido!? Qual a nossa responsabilidade na construção de famílias saudáveis!?
Segundo o
papa Francisco “a família precisa ser lugar de vida e não de morte; território
de cura e não de adoecimento; palco de perdão e não de culpa. O perdão traz
alegria onde a mágoa produziu tristeza; cura, onde a mágoa causou doença.”
A via da
reconciliação dialogante não é de todo um caminho a desprezar ou a descuidar.
Pelo contrário, na relação entre esposos ou mesmo na relação entre pais e
filhos, ou outras onde os conflitos são permanentes, é uma realidade a
potenciar e a cultivar.
Cada
pessoa é única e portanto também cada família é única. Cada um e cada família
vive todas estes acontecimentos à sua maneira. Muitas vezes à deriva e sem
vislumbrar nenhuma esperança em cada situação.
A Igreja
poderá ajudar!? Se a Igreja não pode ajudar é porque perdeu o maior de todos os
dons: ser no meio destas situações sinal de esperança.
Por isso,
esta Jornada da Família apresenta-se como lugar de partilha da proposta cristã
que ajude a potenciar uma ação pastoral mais assertiva e mais voltada para os
problemas concretos que as famílias vivem nos dias de hoje.
Neste tempo de mudanças profundas,
que afectam a família, gostaríamos de ser luz e sinal de esperança para todos os
que vivem o drama de todas as formas de separação e não sabem como as superar.
Podem inscrever-se aqui: XIV Jornada da Família
P'las Equipas de pastoral Familiar das paróquias de Sto Adrião e de Brufe
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