História e cultura,
política e honestidade, sonho e poesia marcaram a primeira intervenção
do papa no Panamá, onde se encontra desde quarta-feira até domingo para
participar na 34.ª Jornada Mundial da Juventude.
«Durante este tempo, seremos testemunhas
da abertura de novos canais de comunicação e compreensão, de
solidariedade, criatividade e ajuda mútua; canais à medida do homem que
deem impulso ao compromisso e quebrem o anonimato e o isolamento, tendo
em vista um novo modo de construir a história», declarou.
Dirigindo-se às autoridades, corpo
diplomático e representantes da sociedade panamense na sede do
Ministério dos Negócios Estrangeiros, Francisco frisou que «é possível
outro mundo», forjado a partir de uma «terra de sonhos que desafia
muitas certezas» da atualidade.
Para que este desejo não fique pelas
intenções, os jovens, assinalou o papa, apelam a que «os sonhos não
permaneçam algo de efémero ou etéreo, para que deem impulso a um pacto
social no qual todos possam ter a oportunidade de sonhar um amanhã: o
direito ao futuro também é um direito humano»
«Os nossos povos são capazes de criar,
forjar e sobretudo sonhar uma pátria grande que saiba e possa acolher,
respeitar e abraçar a riqueza multicultural de cada povo e cultura»,
acentuou.
Para Francisco, «as novas gerações
exigem dos adultos, especialmente de todos aqueles que detêm um papel de
liderança na vida pública, que tenham uma conduta conforme à dignidade e
autoridade de que estão revestidos e que lhes foi confiada».
«É um convite a viver com austeridade e
transparência, na responsabilidade concreta pelos outros e pelo mundo;
uma conduta que demonstre que o serviço público é sinónimo de
honestidade e justiça contrapondo-se a qualquer forma de corrupção»,
sublinhou.
Dirigindo-se aos presentes, o papa
recordou que cada um «ocupa um lugar especial na construção da nação e é
chamado a assegurar que a mesma possa cumprir a sua vocação de terra de
convocação e de encontros».
«A genialidade desta terra é configurada
pela riqueza dos seus povos nativos: Bribri, Buglé, Emberá, Kuna,
Nasoteribe, Ngäbe e Waunana, que muito nos têm a dizer e lembrar a
partir da sua cultura e visão de mundo: para eles, a minha saudação e o
meu reconhecimento», referiu.
Antes de concluir, o papa citou o
escritor panamianoRicardo Miro (1883-2940), considerado o poeta mais
conhecido do país, «quando cantava à sua pátria tão amada, dizendo:
“Porque vendo-te, ó pátria, se diria / que te formou a vontade divina /
para que sob o sol que te ilumina / se unisse em ti a humanidade
inteira”».
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