O Papa Francisco teve hoje o seu primeiro contacto oficial com os jovens
que participam na Jornada Mundial da Juventude.
Na cerimónia de boas-vindas ao Papa, que juntou 200 mil peregrinos, Francisco elogiou todos os que ali estavam presentes por causa dos «sacrifícios» que fizeram, referindo que a recompensa, mais que a Jornada, «o próprio caminho» até ali. «O discípulo não é apenas aquele que chega a um lugar, mas quem começa com decisão, quem não tem medo de arriscar e pôr-se a caminho. Esta é a sua alegria maior: estar a caminho», referiu o Papa perante a multidão de jovens que o escutava.
Reconhecendo os sacrifícios que todos tinham feito, o Papa referiu que os jovens ali presentes eram «verdadeiros mestres e artesãos da cultura do encontro», aproveitando para criticar os que «semeiam divisão» na Igreja. «Com os vossos gestos e atitudes, com as vossas perspetivas, desejos e sobretudo a vossa sensibilidade, desmentis e refutais certos discursos que se concentram e empenham em semear divisão, em excluir e expulsar quantos “não sejam como nós”», referiu.
O Papa não pretende que os jovens sejam todos iguais, ou sequer que se promovam mudanças que tornem a igreja apenas mais «jovial». O Santo Padre pediu que o «sonho chamado Jesus» que «corre nas nossas veias» faça com que todos escutem o mandamento de amor que Jesus deixou.
Sobre este amor, o Papa explica que «não se impõe nem esmaga, um amor que não marginaliza nem obriga a estar calado, uma amor que não humilha nem subjuga». « É o amor do Senhor: amor diário, discreto e respeitador, amor feito de
liberdade e para a liberdade, amor que cura e eleva. É o amor do Senhor, que se entende mais de levantamentos que de quedas, de reconciliação que de proibições, de dar nova oportunidade que de condenar, de futuro que de passado. É o amor silencioso da mão estendida no serviço e na doação sem se vangloriar».
Sobre o tema das Jornadas, a reposta de Maria ao Anjo Gabriel, o Papa questionou-se se os jovens saberiam o que responder ao Anjo, e questionou os próprios jovens. « O mesmo quer o anjo pedir-vos, a vós e a mim: Queres que este sonho se faça vida? Queres encarná-lo com as tuas mãos, os teus pés, o teu olhar, o teu coração? Queres que seja o amor do Pai a abrir-te novos horizontes e levar-te por sendas nunca imaginadas nem pensadas, sonhadas ou esperadas, que alegrem e façam cantar e dançar o coração?», perguntou o Papa aos jovens.
No final, e assegurando que «esta Jornada não se revelará fonte de esperança por um documento final, uma mensagem consensual ou um programa a aplicar», Francisco disse que «cada um regressará a casa com aquela força nova que se gera sempre que nos encontramos com os outros e com o Senhor, cheios do Espírito Santo para lembrar e manter vivo aquele sonho que nos faz irmãos e que somos convidados a não deixar congelar no coração do mundo: onde quer que nos encontremos, a fazer seja o que for, sempre poderemos olhar para o alto e dizer: “Senhor, ensinai-me a amar como Vós nos amastes”», concluiu.
Esta sexta-feira, Francisco vai presidir a uma celebração penitencial com jovens reclusos do Centro Correcional de Menores Las Garças de Pacora, uma localidade situada a 46 quilómetros da capital, Cidade do Panamá.
Nesse mesmo dia, depois de regressar de helicóptero à Nunciatura Apostólica, Francisco estará de novo, pelas 17h30 (22h30 em Lisboa), no Campo Santa Marta la Antígua, para presidir à Via-Sacra com os jovens.
Texto: Ricardo Perna
Fotos: Jornada Mundial da Juventude
Na cerimónia de boas-vindas ao Papa, que juntou 200 mil peregrinos, Francisco elogiou todos os que ali estavam presentes por causa dos «sacrifícios» que fizeram, referindo que a recompensa, mais que a Jornada, «o próprio caminho» até ali. «O discípulo não é apenas aquele que chega a um lugar, mas quem começa com decisão, quem não tem medo de arriscar e pôr-se a caminho. Esta é a sua alegria maior: estar a caminho», referiu o Papa perante a multidão de jovens que o escutava.
Reconhecendo os sacrifícios que todos tinham feito, o Papa referiu que os jovens ali presentes eram «verdadeiros mestres e artesãos da cultura do encontro», aproveitando para criticar os que «semeiam divisão» na Igreja. «Com os vossos gestos e atitudes, com as vossas perspetivas, desejos e sobretudo a vossa sensibilidade, desmentis e refutais certos discursos que se concentram e empenham em semear divisão, em excluir e expulsar quantos “não sejam como nós”», referiu.
O Papa não pretende que os jovens sejam todos iguais, ou sequer que se promovam mudanças que tornem a igreja apenas mais «jovial». O Santo Padre pediu que o «sonho chamado Jesus» que «corre nas nossas veias» faça com que todos escutem o mandamento de amor que Jesus deixou.
Sobre este amor, o Papa explica que «não se impõe nem esmaga, um amor que não marginaliza nem obriga a estar calado, uma amor que não humilha nem subjuga». « É o amor do Senhor: amor diário, discreto e respeitador, amor feito de
liberdade e para a liberdade, amor que cura e eleva. É o amor do Senhor, que se entende mais de levantamentos que de quedas, de reconciliação que de proibições, de dar nova oportunidade que de condenar, de futuro que de passado. É o amor silencioso da mão estendida no serviço e na doação sem se vangloriar».
Sobre o tema das Jornadas, a reposta de Maria ao Anjo Gabriel, o Papa questionou-se se os jovens saberiam o que responder ao Anjo, e questionou os próprios jovens. « O mesmo quer o anjo pedir-vos, a vós e a mim: Queres que este sonho se faça vida? Queres encarná-lo com as tuas mãos, os teus pés, o teu olhar, o teu coração? Queres que seja o amor do Pai a abrir-te novos horizontes e levar-te por sendas nunca imaginadas nem pensadas, sonhadas ou esperadas, que alegrem e façam cantar e dançar o coração?», perguntou o Papa aos jovens.
No final, e assegurando que «esta Jornada não se revelará fonte de esperança por um documento final, uma mensagem consensual ou um programa a aplicar», Francisco disse que «cada um regressará a casa com aquela força nova que se gera sempre que nos encontramos com os outros e com o Senhor, cheios do Espírito Santo para lembrar e manter vivo aquele sonho que nos faz irmãos e que somos convidados a não deixar congelar no coração do mundo: onde quer que nos encontremos, a fazer seja o que for, sempre poderemos olhar para o alto e dizer: “Senhor, ensinai-me a amar como Vós nos amastes”», concluiu.
Esta sexta-feira, Francisco vai presidir a uma celebração penitencial com jovens reclusos do Centro Correcional de Menores Las Garças de Pacora, uma localidade situada a 46 quilómetros da capital, Cidade do Panamá.
Nesse mesmo dia, depois de regressar de helicóptero à Nunciatura Apostólica, Francisco estará de novo, pelas 17h30 (22h30 em Lisboa), no Campo Santa Marta la Antígua, para presidir à Via-Sacra com os jovens.
Texto: Ricardo Perna
Fotos: Jornada Mundial da Juventude
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