«O Natal é o nascimento absoluto que
reflete e assume, ilumina e redime, abençoa e consagra todos os
nascimentos anteriores e todos os nascimentos depois. Cada homem que vem
à luz repete o milagre do Natal de Cristo; porque é Deus que decide
aquele nascimento; é Ele que quer aquela vida. É precisamente em cada um
desses nascimentos, em cada uma dessas vidas, sem exclusão, que o
impeliu desde sempre a fazer-se carne.»
Para os nossos votos natalícios quisemos
deixar para trás a coreografia tradicional: não faltam textos
literários e espirituais que se confiam a estrelas, neves, pastorinhos e
música para dar vida ao presépio, um símbolo aliás querido a todos.
Desta vez damos espaço a uma citação
“pesada”, um parágrafo “teológico” extraído do livro “A majestade da
vida”, de Giovanni Testori, escritor italiano que morreu em 1993. É
muito sugestiva a fusão que ele opera entre o «nascimento absoluto» e
emblemático de Cristo e todos os outros nascimentos.
Jesus nasceu, isto é, quis ter um início
como todas as suas criaturas, Ele que era eterno, precisamente para
partilhar connosco o tempo, a história, a carne. E como todos nós quis
ter um fim, uma morte Realizou isto para depor em todos os nascimentos e
em todas as mortes, com a sua presença, uma semente divina.
Como escreve Testori, o Natal do Filho
de Deus «reflete e assume, ilumina e redime, abençoa e consagra todos os
nascimentos», todas as vidas.
Devemos por isso amar a vida dos
viventes, de quem agora nasce até a quem morre, porque nela se celebra
uma manifestação de Deus, um desvelamento da sua partilha com a nossa
realidade, uma revelação do seu amor.
[P. (Card.) Gianfranco Ravasi | In Avvenire]
Comentários
Enviar um comentário