Este fim
de semana foi intenso. Tive a oportunidade de participar no evento "3
milhões de nós" organizado pelos grupos de Jovens Fraternos da Verbum
Dei que desenvolvem a sua atividade na paróquia do Campo Grande em
Lisboa. A Aula Magna da reitoria da Universidade de Lisboa, estava
cheia. Cerca de 1700 pessoas, maioritariamente jovens.
No dia
anterior às celebrações do centenário do Armistício da Primeira Guerra
Mundial, estes jovens demonstravam interesse nos assuntos relativos ao
seu presente e ao seu futuro. Jovens que estiveram dispostos a pensar
"fora da caixa". Uma expressão usada pela irmã Núria Frau, missionária
da Verbum Dei, e que eu tantas vezes uso no encontro com os jovens e os
menos jovens. Numa sociedade de tanta informação e pouca formação, temos
que pensar diferente.
Numa
sociedade com tantas noticias verdadeiras e falsas, as "Fake News",
estes jovens ousaram pensar de outra forma: a paz, a felicidade é de
quem aspira interrogar a realidade que o circunda. Usando as palavras do
Ricardo Araújo Pereira: "O que estou aqui a fazer?"; "Por que é que
nascemos se temos que morrer?". A vida é a procura da resposta a estas
questões. E se queremos "encontrar" respostas plausíveis, temos que ser
capazes de pensar fora da cultura atual que é imediata. Hoje procuramos
satisfazer as nossas necessidades de uma forma rápida, que tal como uma
"droga" é uma resposta momentânea que logo se transforma numa nova
dependência…
A paz
mundial tem que ser um caminho. Não é algo qua alcanço com o fim da
guerra. Estar a caminho é a atitude de quem ainda não chegou. A paz
entre as nações deve se este caminho. Deve ser o objetivo que,
constantemente, se procura atingir. O mundo anda enganado ao pensar que
tem o armamento suficiente para manter a paz. Não! A paz é um fim jamais
alcançado.
Tal como
os jovens são capazes de pensar o seu presente e perspetivar o seu
futuro, todo o ser humano tem que se potencializar para questionar
diariamente qual o caminho para a paz verdadeira.
E é aqui
que eu entendo o Evangelho deste domingo: Só se vê bem com o coração.
Jesus ensina os seus apóstolos a ver, não com os olhos da cara, mas com
aqueles do coração. Mais do que olhar à quantidade de dinheiro oferecido
ao tesouro do Templo, é preciso estar atento ao empenho de uma VIDA que
é dado por aquela viúva que… Dá TUDO o que tem.
Mais do
que as comemorações do Armistício tenho que ver as atitudes que
diariamente tomo para a "feitura" da paz. Mais do que criticar certas
vivências dos jovens, tenho que ver o propósito dessas vidas.
Jesus
desloca o olhar do que se vê para o que se é. Só os olhos do coração é
que são capazes de ver para além do olhar. Como podemos ler n'O
Principezinho: «"Adeus", disse a raposa. "Eis o meu segredo. É muito
simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos".
"O essencial é invisível aos olhos", repetia o principezinho a fim de
se recordar.»
Ousemos
pois, como os jovens este fim de semana, pensar "fora da caixa". Ousemos
pensar de forma diferente do que é habitual. Ousemos pensar à Jesus
Cristo. Não foi Ele motivo de "escândalo" para os homens do seu tempo?
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