Esqueçam isso de haver BONS pais, se faz favor!
Resignem-se: não há BONS pais! (Há pais. Bondosos. Vaidosos, às vezes.
Generosos a perder de vista. Mas que se estragam quando querem ser BONS,
todos os dias.)
E deixem - se me permitem o conselho - de correr atrás de seminários para pais, livros para pais, blogs para pais, “livros de instruções” para pais, escolas de pais, treinadores de pais, fast food para pais, receitas para pais, e tudo o mais que até à imaginação custa descobrir. Parem (desculpem o tom imperativo, sim?...) de acreditar que as crianças saudáveis não nos põem problemas e que é fácil sermos pais! Não é verdade. As crianças existem para nos porem problemas e nós existimos para os aprendermos a resolver. Mas é difícil sermos pais. E daí? Alguma vez as coisas nascem fáceis antes de as aprendemos a tornar fáceis? O fácil é uma descoberta que dá muito trabalho, exige erros e enganos e traz consigo alguns deslumbramentos que, mal escorregamos para a vaidade, logo a seguir, nos repõem nos trilhos que as dificuldades das coisas preciosas nos trazem para nos ajudar a tornar mais inteligentes, todos os dias. As dificuldades que os nossos filhos nos trazem tornam-nos mais inteligentes como pais! E isso é mau?...
É claro que é óptimo que os pais queiram saber mais para serem mais pais de acordo com tudo aquilo que desejam. É claro que é precioso que sejam humildes a ponto de se porem em questão, de escutarem quem os possa entender e ajudar na sua tarefa de serem mais pais, todos os dias. Mas parem, por favor, de imaginar que a vossa história de filhos são “amendoins”. E parem, ainda, de supor que os exemplos dos vossos pais como pais são uma espécie de “lixo jurássico” que não vos traz coordenadas indispensáveis para os vossos filhos (mesmo que - como pais saudáveis! - queiram, a todo o custo, evitar os erros que sentem que eles cometeram convosco). E parem, sobretudo, de aspirar a uma espécie de tecnocracia parental que só vos inferniza. Do género: “não grite!”, “seja positivo!”, “muito optimismo, sim?”ou veja como são eficazes as mães dinamarquesas ou como são exigentes e austeras as mães orientais ou, ainda, como as mães francesas vencem as manhas dos seus filhos como mais ninguém. Parem, por favor, de querer receitas, “crenças” e fórmulas! Querem ser mais pais? Excelente! Então não queiram ser BONS pais! Querem ser mais pais? Que bom! Reabilitem o vosso “sexto sentido” e “dêem corda” à vossa preciosa intuição. Querem ser mais pais? Vamos a isso: arrisquem e errem mais vezes. E, se apesar de tudo, ainda quiserem ser mais pais, não desistam! Lembrem-se dos filhos que foram e dos pais que ainda tenham. Misturem tudo muito bem misturadinho. Deixem a levedar. E pronto. Sirvam. Sem ir ao “lume”... (E, já agora, desculpem o tom de receita. Mas a intenção é levar tudo um bocadinho ao absurdo só para vos dizer: de que vale darem ouvidos a todos os outros se não escutam aquilo que sentem mais vezes?)
ES
E deixem - se me permitem o conselho - de correr atrás de seminários para pais, livros para pais, blogs para pais, “livros de instruções” para pais, escolas de pais, treinadores de pais, fast food para pais, receitas para pais, e tudo o mais que até à imaginação custa descobrir. Parem (desculpem o tom imperativo, sim?...) de acreditar que as crianças saudáveis não nos põem problemas e que é fácil sermos pais! Não é verdade. As crianças existem para nos porem problemas e nós existimos para os aprendermos a resolver. Mas é difícil sermos pais. E daí? Alguma vez as coisas nascem fáceis antes de as aprendemos a tornar fáceis? O fácil é uma descoberta que dá muito trabalho, exige erros e enganos e traz consigo alguns deslumbramentos que, mal escorregamos para a vaidade, logo a seguir, nos repõem nos trilhos que as dificuldades das coisas preciosas nos trazem para nos ajudar a tornar mais inteligentes, todos os dias. As dificuldades que os nossos filhos nos trazem tornam-nos mais inteligentes como pais! E isso é mau?...
É claro que é óptimo que os pais queiram saber mais para serem mais pais de acordo com tudo aquilo que desejam. É claro que é precioso que sejam humildes a ponto de se porem em questão, de escutarem quem os possa entender e ajudar na sua tarefa de serem mais pais, todos os dias. Mas parem, por favor, de imaginar que a vossa história de filhos são “amendoins”. E parem, ainda, de supor que os exemplos dos vossos pais como pais são uma espécie de “lixo jurássico” que não vos traz coordenadas indispensáveis para os vossos filhos (mesmo que - como pais saudáveis! - queiram, a todo o custo, evitar os erros que sentem que eles cometeram convosco). E parem, sobretudo, de aspirar a uma espécie de tecnocracia parental que só vos inferniza. Do género: “não grite!”, “seja positivo!”, “muito optimismo, sim?”ou veja como são eficazes as mães dinamarquesas ou como são exigentes e austeras as mães orientais ou, ainda, como as mães francesas vencem as manhas dos seus filhos como mais ninguém. Parem, por favor, de querer receitas, “crenças” e fórmulas! Querem ser mais pais? Excelente! Então não queiram ser BONS pais! Querem ser mais pais? Que bom! Reabilitem o vosso “sexto sentido” e “dêem corda” à vossa preciosa intuição. Querem ser mais pais? Vamos a isso: arrisquem e errem mais vezes. E, se apesar de tudo, ainda quiserem ser mais pais, não desistam! Lembrem-se dos filhos que foram e dos pais que ainda tenham. Misturem tudo muito bem misturadinho. Deixem a levedar. E pronto. Sirvam. Sem ir ao “lume”... (E, já agora, desculpem o tom de receita. Mas a intenção é levar tudo um bocadinho ao absurdo só para vos dizer: de que vale darem ouvidos a todos os outros se não escutam aquilo que sentem mais vezes?)
ES
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