Se há coisas que uma mãe não devia ter como
expectativa de carreira é ser... mosca. Porque elas não são nem
charmosas nem bonitas, não têm critérios de qualidade por aí além quando
se trata de escolher onde pousam, e fazem um zurzir sem graça nenhuma.
Mas, apesar disso, muitas mães insistem em dizer: "gostava de ser
mosca". Mas mosca pode ser uma expectativa de carreira para uma mãe?
Ora, se as mães passam a vida a dizer que têm um dedo que adivinha,
se ficam assanhadas quando alguém coloca em dúvida o seu instinto
maternal e dão 10 a 0 às pilhas da Duracell quando se trata de
mimar, porque é que, num dia mau (só pode ser...) querem ser moscas?
Porque, no fundo, gostavam de estar em todo o lado, ao mesmo tempo. Para
olharem pelos filhos e para evitarem, um a um, os seus falhanços. Mas,
também, para se babarem de vaidade. Ora, que uma mãe seja um dois em um
(se considerarmos o seu lado de formiguinha e de cigarra) todos
entendem. Que se defina como mãe-galinha ainda se condescende. Agora,
que se queira esticar e fazer de Deus já é batota. Porque - que Deus nos
desculpe - tomara Ele (que faz de mosca o tempo todo) fazer de mãe, um
ror de vezes!
*Texto em repositório com edição especial para a sua versão digital
Por EDUARDO SÁ
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