31 de ser MÃE: «Ser Mãe é uma graça de Deus»

Pediram-me um testemunho do que para mim é ser Mãe. Difícil tarefa de expressar em palavras. Como descrever algo que se vive sobretudo em afectos, onde as alegrias e as dores se medem numa escala diferente, onde as expectativas e os anseios ganham ou perdem importância apenas com um sorriso ou uma lágrima?


Ser Mãe exige saber dar sem esperar contrapartida, sabendo que esta existe sempre; saber ouvir e calar; saber ver e ignorar. Exige sobretudo uma sabedoria que vem do coração. É saber deixar voar, acompanhando sem limitar. É ter a certeza que o amor exige respeito e humildade de aceitar mesmo o que parece incompreensível. É tempo dado incondicionalmente, com a certeza que é sempre ganho. É dar muito e agradecer sempre sem cobrar, sem modelos ou estereótipos que muitas vezes não correspondem à realidade possível.
Cada filho é diferente de nós e dos outros: é único e especial. E tudo o que for dado, é recebido, mesmo que por vezes não no tempo ou com o ritmo, que poderia ser ambicionado.

Ser Mãe é uma graça de Deus que nos faz sair de nós próprios, encontrando forças no amor, mesmo nas adversidades e incompreensões. Amor verdadeiro e firme, que exige respeito e limites e não cedência por facilitismo ou falta de tempo.

Tudo o que dermos, recebemos. E haverá maior compensação do que ver os filhos felizes e autónomos? Sabendo que a Mãe é um porto de abrigo que espera sem exigir, que consola sem cobrar, que goza as alegrias e dá a mão nas tristezas?

Fui abençoada com cinco filhos que sabem bem, embora cada um à sua maneira, que podem contar com o meu amor. E que me dão todos os dias o seu. E é esta realidade que nos faz felizes e agradecidos à vida, e fortes para aceitar o que ela trouxer.

Por Isabel Jonet

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