Num mundo, onde ninguém quer
saber de ninguém, existe um simples homem que o vai suportando e
importando-se com todos. Repito, há um simples homem que se
vai importando com todos. Vai carregando este mundo às Suas costas. Vai
dando sinais da cruz de todo o Seu amor.
Todos os tempos litúrgicos são propícios
para nos debruçarmos sobre o amor e a misericórdia deste Jesus
escondido, mas a Quaresma convida-nos a fazê-lo de forma mais intensa.
Na Quaresma percorremos com Ele os
passos de uma via pesada, lenta e sem fim à vista. Percorremos com Ele o
deserto experimentando a "noite" e a "sede" de Deus. Caminhamos
interiormente tentando chegar a esta lógica de um amor tremendamente
louco. Tão louco que Se deixa entregar.
Jesus deixa-Se entregar, não por falta
de poder, mas por entender que o amor só acontece numa entrega total.
Jesus deixa-Se entregar, não por mero cumprimento das escrituras,
mas para que o amor do Seu Pai fosse cumprido. Jesus deixa-Se entregar,
as vezes que forem necessárias, para que nunca duvidemos da importância
que temos para Ele.
Jesus dá, em todos os passos da Sua vida, a certeza de que somos mais importantes do que qualquer outra coisa.
Este Jesus é, efetivamente, a cara
chapada deste Pai que se perde com as nossas vidas, com os nossos medos e
com as nossas lágrimas. Todos os Seus gestos são congruentes com esta
importância que temos para o Pai. Todos os Seus gestos são reveladores
de um Pai extremamente babado pelos Seus ricos filhos.
Toda a vida de Jesus soletra com amor a
seguinte mensagem para o mundo: "Eu importo-Me contigo nas tempestades,
nas tuas dúvidas e até mesmo no pecado.".
A fé não surge através de certezas absolutas, mas na certeza de que somos amados.
A fé surge quando deixamos que Ele se importe connosco.
A fé surge quando percebemos que, para este Deus, seremos sempre muito mais importantes do que Ele mesmo.
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