Via-Sacra
matrimonial, percorrendo os passos da vida de Jesus, a par com os passos que
percorremos na nossa caminhada conjugal e familiar com Ele.
Preparado por Equipas de Nossa Senhora (exceto 15.ª
estação
Oração inicial
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo. Ámen.
Nesta via-sacra, vamos recordar a entrada
triunfal de Jesus em Jerusalém no Domingo de Ramos: "Durante o caminho,
Jesus tomou à parte os Doze e disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e o
Filho do Homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Eles
o condenarão à morte. E o entregarão aos pagãos para ser exposto às suas
zombarias, açoitado e crucificado; mas ao terceiro dia ressuscitará.”
Foram lançados ramos e folhas e fez-se um
verdadeiro tapete para a passagem de Cristo. Os amigos saudavam festivamente o
Rei: ‘Hosana, Hosana’! Foi um momento glorioso de reconhecimento e exaltação.
Foi um momento glorioso de valorização da pessoa do Senhor Jesus.
Após esta entrada, Jesus fala da sua
importância para a vida de Jerusalém, diz que não ficaria ‘pedra sobre pedra’
porque havia sido rejeitado.
Esta entrada triunfal caiu no esquecimento
uma semana depois. Os ramos secaram e os ‘vivas’ apagaram-se no ar, e ouvia-se
o grito: ‘crucifica-o!’
Aproveitemos este momento para recordar a
nossa entrada triunfal, como noivos, na Igreja ou no Salão que foi o momento de
glória, e procuremos recuperar a graça matrimonial perdida ao longo dos anos,
na convivência a dois.
Ramos e flores enfeitaram os corredores e
os tapetes foram estendidos ao chão, na Igreja onde casámos. Amigos e
convidados saudavam-nos festivamente. Em seguida veio a recepção e a
felicitação dos convidados. A presença de Jesus foi importante neste momento?
Terá sido Ele o principal convidado do nosso casamento?
Se não foi, a certeza pode ser a mesma:
‘não ficará pedra sobre pedra’.
Se Cristo não foi o principal convidado no
nosso casamento, também as flores e os ramos secarão rapidamente, a saudação
dos amigos poderá transformar-se em gritos de: ‘divorciem-se, divorciem-se,
crucifiquem-se’!
Oremos
Senhor Jesus, nesta Via-Sacra queremos
percorrer o caminho que Vos levou à cruz para que fossemos salvos. Concedei a
todos os casais a graça de estarem unidos a Vós e renovar em suas vidas os
maravilhosos efeitos da Vossa Paixão, Morte e Ressureição.
Levantai-os dos seus pecados, purificai-os
das fraquezas e vícios, libertai-os de toda opressão maligna, curai-os das
enfermidades e enchei-os de uma nova alegria perante a vida. Amén!
Senhor, tende piedade de nós,
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Primeira Estação – Jesus é condenado à Morte
L – Nós Vos adoramos e Vos bendizemos,
Senhor Jesus,
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho de São Mateus 27, 24-26:
Pilatos, vendo que nada conseguia e que o tumulto aumentava cada vez mais,
mandou vir água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo. “Estou
inocente deste sangue. Isso é convosco.” E todo o povo respondeu: “Que o seu
sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos!” Então, soltou-lhes Barrabás.
Quanto a Jesus, depois de O mandar flagelar, entregou-O para ser crucificado.
Meditação
Judas Iscariotes traiu o seu próprio
amigo, entregando-O para ser preso. Os soldados prenderam o Senhor e levaram-nO
diante de Pilatos, para ser julgado. Apresentaram falsas acusações e
influenciaram a multidão para pedirem a Sua condenação à morte.
E para agradar à multidão, Pilatos deixou
que levassem Jesus para ser crucificado.
O que aconteceu com Jesus está a acontecer
hoje com a família. Poucas vozes se levantam para defender a instituição
familiar. A "multidão", formada pela mentalidade do poder, da
comunicação enganosa, vai desunindo as pessoas, colocando os filhos contra os
pais, na busca de auferir vantagens e em nome de uma liberdade que mata e
escraviza, vai crucificando e destruindo as famílias.
Em algumas famílias, os filhos saem de
casa para procurar trabalho e para estudar. Mas, em muitas outras, os jovens
saem para "experimentar a liberdade". E os pais sofrem com o percurso
dos filhos e entristecem-se com as suas experiências ousadas, sentindo
vergonha.
Rezemos todos
Jesus, Tu não hesitaste em pagar o preço
dos nossos erros. Dá-nos a coragem para sermos fiéis ao Teu Evangelho, em cada
uma das nossas famílias, cuidando dos nossos filhos e dos nossos pais como Tu
nos ensinaste!
Todos: Pai Nosso
Cântico
Segunda Estação – Jesus carrega a cruz às costas
L – Nós Vos adoramos e Vos bendizemos,
Senhor Jesus,
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo João 19, 6-7.16-17:
Os sumos sacerdotes e os seus servidores gritaram: «Crucifica-O! Crucifica-O!»
Disse-lhes Pilatos: «Levai-O vós e crucificai-O. Eu não descubro n’Ele nenhum
crime». Os judeus replicaram-lhe: «Nós temos uma Lei e, segundo essa Lei, deve
morrer, porque disse ser Filho de Deus». (…) Então, entregou-O para ser
crucificado. E eles tomaram conta de Jesus. Jesus, levando a cruz às costas,
saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota.
Meditação
Jesus, condenado como pretenso rei, é
escarnecido, mas precisamente na troça aparece cruelmente a verdade. Quantas
vezes as insígnias do poder trazidas pelos poderosos deste mundo são um insulto
à verdade, à justiça e à dignidade do homem! Quantas vezes os seus rituais e
palavras, não passam de pomposas mentiras, uma caricatura do dever que lhes é
incumbido por força do seu cargo, para se colocar ao serviço do bem.
Na vida familiar, quem faz mal, facilmente
esquece, mas as vítimas experimentam a dor e o sofrimento. Quantas famílias se
vêm destruídas porque o pai ou a mãe, decidiu abandonar o lar causando o
empobrecimento dos que ficam? O Senhor ao carregar a cruz recorda-nos: feliz é
quem se doa ao outro, tornando-o alegre e feliz.
Rezemos todos
Senhor, deixastes que Vos escarnecessem e
ultrajassem. Ajudai-nos a não fazer coro com aqueles que escarnecem de quem
sofre e é frágil. Ajudai-nos a reconhecer o vosso rosto em quem é humilhado e
marginalizado no seio da família. Ajudai-nos a não desanimar perante as zombarias
do mundo quando a obediência à vossa vontade na vida conjugal é remetida ao
ridículo. Ajudai-nos a percorrer o caminho do amor e, obedecendo às suas
exigências, a alcançar a verdadeira alegria na vida matrimonial.
Todos: Pai Nosso
Cântico
Terceira Estação – Jesus cai pela primeira vez
L – Nós Vos adoramos e Vos bendizemos,
Senhor Jesus,
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo Mateus 11, 28-30:
“Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de
aliviar-vos. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e
humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o meu
jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Meditação
Numa ladeira com degraus de pedra, Jesus
cai pela primeira vez, batendo forte com o joelho esquerdo contra o piso
rústico, esfolando-o por causa do peso da cruz. Os soldados que O escoltavam,
severos e cruéis, com os chicotes forçaram-no a levantar-se e a continuar a
caminhada.
Casar, constituir uma família, viver em
paz, é o ideal que motiva os jovens ao casamento. Mas muitos casais não se
sentem preparados para enfrentarem as dificuldades da vida. Diante dos
primeiros problemas, zangam-se e separam-se. A queda de Jesus ensina-nos que a
vida não é só feita com as coisas boas. Existem as dificuldades no caminho. O
importante é ter coragem para se levantar depois das quedas, buscar a união
para vencer a dificuldade e não desistir. Com força renovada, e juntos, o casal
deve seguir em frente.
Rezemos todos
Abençoai Senhor, as nossas famílias.
Ensinai-nos a perdoar as fraquezas e as quedas de cada um, como o Senhor
perdoou tantas vezes aos pecadores. Ajudai-nos a caminhar juntos, na certeza de
que sempre nos podemos levantar.
Todos: Pai Nosso
Cântico
Quarta Estação – Jesus encontra sua Mãe
L – Nós Vos adoramos e Vos bendizemos,
Senhor Jesus,
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São Lucas 2,
34-35.51: Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: “Este menino está aqui
para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição;
uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de
muitos corações”(...) Sua mãe guardava no coração todas estas recordações.
Meditação
Na Via-Sacra de Jesus, aparece também
Maria, sua Mãe. Durante a Sua vida pública, teve de ficar de lado para dar
lugar ao nascimento da nova família de Jesus, a família dos seus discípulos.
Teve também de ouvir estas palavras: «Quem é a minha Mãe e quem são os meus
irmãos? (...) Todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus,
esse é Meu irmão, Minha irmã e Minha mãe» (Mt 12, 48.50). Pode agora
constatar-se que Ela é a Mãe de Jesus não só no corpo, mas também no coração.
Ainda antes de O ter concebido no corpo, pela Sua obediência O concebera no
coração. Fora-Lhe dito: «Hás-de conceber no Teu seio e dar à luz um filho (.)
Será grande (.) O Senhor Deus dar-Lhe-á o trono de seu pai David» (Lc 1,
31-32). Mas algum tempo depois ouvira da boca do velho Simeão uma palavra
diferente: «Uma espada Te há-de trespassar a alma» (Lc 2, 35).
Muitos são os casais que sonharam com uma
vida feliz para todos, investindo recursos materiais, o seu amor e carinho, mas
as surpresas da filha que foge de casa juntando-se a um rapaz sem casa nem
emprego para sua sustentação, o filho que consome álcool e droga, tornam-se uma
espada de dor que transpassa o coração dos pais. Estas situações, nos apelam à
solidariedade para com as famílias aflitas.
Rezemos todos
Santa Maria, Mãe de Jesus, permanecestes
fiel quando os discípulos fugiram. Nós Vos pedimos: ensinai as famílias a
acreditar na superação da dor que os aflige e ajudai-os para que a fé se torne
em todos os membros, coragem de servir e gesto de um amor que socorre e sabe partilhar
o sofrimento.
Todos: Pai Nosso
Cântico
Quinta Estação – Simão de Cirene ajuda Jesus a carregar a
cruz
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São Mateus 27, 32;
16, 24: À saída encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e obrigaram-no a
levar a cruz de Jesus. Jesus disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser vir
comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”.
Meditação
Jesus estava debilitado pela noite não
dormida e sem alimentação, além dos maus tratos e flagelos que recebeu no
Pretório. Parecia que dificilmente chegaria ao local da crucificação. Em
sentido contrário vinha Simão, o Cireneu, que voltava do campo para a sua casa.
Obrigaram-no a carregar a cruz de Jesus.
Simão trabalhava no campo desde cedo, não
conhecia Jesus e nem sabia porque Ele estava a ser condenado a morrer na cruz.
Certamente Jesus percebeu o acontecimento, olhou para aquele homem e
abençoou-o. E a bênção do Filho de Deus permaneceu para sempre na vida de Simão
e de toda a sua família.
As pessoas que vivem isoladas, como as
pessoas idosas que são abandonadas nos asilos, os emigrantes que vivem longe
das famílias, as crianças que vivem nas ruas, carregam sozinhas a sua cruz.
Como se sentem felizes quando alguém se aproxima e se interessa por fazer
amizade com elas, ajudando-as a superar o abandono e buscar novos horizontes!
Cada vez que fazemos alguma coisa para
aliviar o sofrimento de uma pessoa, estamos renovando o gesto de Simão, o
Cireneu, que ajudou Jesus a carregar a Cruz.
Rezemos todos
Senhor, à medida que caminhamos, ajuda-nos
a ver os que vão cambaleando pelo caminho da cruz: os refugiados, os
emigrantes, os sem-abrigo, os que vivem ou estão sozinhos. Pedimos ombros
fortes com que suavizar a carga dos outros, e um coração pleno de amor por
todos os que se debatem sob o peso das suas cruzes.
Todos: Pai Nosso
Cântico
Sexta Estação – Verónica enxuga o rosto de Jesus
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do livro dos Salmos 4, 7; 16, 15: Fazei
brilhar sobre nós, Senhor, a luz da Vossa face. … Mereça eu contemplar a Vossa
face e, ao despertar, saciar-me com a Vossa imagem.
Meditação
A procissão do Calvário ia percorrendo o
seu caminho. Nesta fase do percurso, por terem ultrapassado o portão do muro
que fechava a cidade, grande parte do povo que já conhecia aquelas cenas,
perdeu o interesse e debandou. Uma mulher chamada Verónica, sentiu que não
podia ficar indiferente. Passou decididamente pela multidão, escapou dos
soldados romanos e enxugou o rosto de Jesus. E no pano em que Verónica enxugou
o rosto do Senhor ficou gravada a imagem do Filho de Deus.
Hoje vemos a imagem de Cristo sofredor em cada
rosto de nossos irmãos equipistas e de todos os que são marginalizados pela
sociedade. Não podemos ficar indiferentes, precisamos de os ajudar, fazendo
alguma coisa. A campanha contra a fome tem sido muito útil e importante para
aliviar o sofrimento das famílias carentes.
Rezemos todos
Ajudai-nos Senhor, a ser mais generosos, a
ter coragem para procurar e participar na luta contra a miséria e o sofrimento
nas nossas cidades, vilas, campos e das famílias que experimentam provações.
Todos: Pai Nosso
Cântico
Sétima Estação – Jesus cai pela segunda vez
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do livro das Lamentações 3, 1-2,9,16: Eu
sou o homem que conheceu a miséria,sob a vara da sua ira. Conduziu-me e fez-me
caminhar nas trevas e não na luz. Quebrou-me os dentes com uma pedra e
mergulhou-me na cinza.
Meditação
A tradição da tríplice queda de Jesus sob
o peso da cruz recorda a queda de Adão -o ser humano caído, que somos nós -e o
mistério da associação de Jesus à nossa queda. Na história, a queda do homem
assume sempre novas formas. Na sua primeira carta, S. João fala duma tríplice
queda do homem: a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a
soberba da vida. Assim interpreta ele a queda do homem e da humanidade, no
horizonte dos vícios do seu tempo com todos os seus excessos e depravações.
Mas, olhando a história mais recente, podemos também pensar como a cristandade,
cansada da fé, abandonou o Senhor.
Jesus soube enfrentar o cruel sofrimento.
O seu espírito estava preparado, mas o seu Corpo estava cansado e abatido,
caminhando com dificuldades, caía. Muitas famílias seguem com dificuldades
pelos caminhos da vida enfrentando vários obstáculos: desconfiança, zangas,
violência, alcoolismo, drogas, fome, doença... gerando a queda quando tudo
parece ter acabado. Inspiremo-nos no exemplo do Senhor, erguendo sempre a
cabeça.
Rezemos todos
Senhor Jesus Cristo, em vez do coração de
pedra, dai-nos novamente um coração de carne, um coração capaz de ver. Destruí
o poder das ideologias, para os homens poderem reconhecer que estão permeadas
de mentiras. Não permitais que o muro do materialismo se torne intransponível
nas famílias. Fazei com que Vos ouçamos de novo. Concedei-nos esperança no meio
de toda esta escuridão, para podermos ser portadores de esperança no mundo.
Todos: Pai Nosso
Cântico
Oitava Estação – Jesus consola as filhas de Jerusalém
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São Lucas 23,28:
Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e
se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: “Filhas de
Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos
filhos”.
Meditação
A guarda romana zelando pelo cumprimento
de sua missão, não permitia que o Senhor parasse um pouco para descansar. Já
estavam próximos do Monte Calvário, quando Ele observou as mulheres ao lado do
caminho que lamentavam os Seus sofrimentos.
O Senhor não quer que as pessoas fiquem
somente olhando para Ele lamentando o seu sofrimento. Ao contrário, quer que as
famílias se voltem para a realidade de suas próprias vidas, percebam as
situações dos sofrimentos causados pelos revezes da existência e lutem para os
superar e vencer, sobretudo não se esquecendo de exercitar as necessidades do
próprio Espírito, para poder contar com o precioso auxílio d’Ele, para vencer
todos os obstáculos.
Rezemos todos
Senhor, fortalecei a fé no coração das
pessoas que trabalham em defesa da família e da promoção humana. Fortalecei a
fé daqueles que se dedicam à acção missionária e que querem ser fiéis ao Teu
Evangelho, em territórios inóspitos à Tua presença, particularmente nas nossas
famílias.
Todos: Pai Nosso
Cântico
Nona Estação – Jesus cai pela terceira vez
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Da Primeira Carta de S. Pedro, 2, 21-24:
Cristo sofreu também por vós, deixando-vos o exemplo, para que sigais os Seus
passos. Ele suportou os nossos pecados no Seu Corpo, sobre o madeiro da cruz, a
fim de que, mortos para o pecado, vivamos para a justiça.
Meditação
Depois de falar com as mulheres que
choravam, Jesus retomou o Seu caminho, mas os centuriões romanos, empurraram-nO
com brutalidade, provocando a terceira queda. Ele foi preso, condenado e levado
para ser morto, e ninguém se importou com o que lhe ia acontecer.
A organização do povo em sindicatos,
associações, grupos de famílias, pode ajudar a preservar e a melhorar as
condições de vida.
Quantas pessoas já conseguiram vencer o
vício das drogas e do álcool, com a ajuda da comunidade, para a recuperação da
sua dependência. O importante é querer recomeçar sempre, não podemos desistir
da vida e ficar caídos pelo caminho.
Rezemos todos
Senhor Jesus, sustenta a nossa fraqueza
com a força da Tua misericórdia, faz-nos humildes para enfrentarmos com coragem
e ânimo as nossas quedas e recomeçarmos de novo o caminho que Tu mesmo nos
indicas. Senhor, ajudai-nos a compreender que não basta ficarmos a reclamar
pelos sofrimentos da existência.
Precisamos também agir com decisão, para
construirmos uma vida melhor. Dai-nos sensibilidade e perseverança!
Todos: Pai Nosso
Cântico
Décima Estação – Jesus é despojado das suas vestes
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São João, 19, 23-24:
Quando crucificaram Jesus, os soldados tomaram as Suas vestes, das quais
fizeram quatro lotes, um para cada soldado, e ficaram também com a túnica. A
túnica não tinha costura, era tecida de alto a baixo, como um todo. Disseram
uns aos outros: “Não a rasguemos, mas lancemos sortes, para ver de quem será”.
Assim se cumpria a Escritura: “Repartiram entre si as Minhas vestes e deitaram
sorte sobre a Minha túnica”.
Meditação
Nudez é sinónimo de verdade do ser.
Despojado das suas vestes, Jesus tece, a partir da Cruz, o vestido novo da
dignidade filial do homem. Aquela túnica sem costuras permanece ali, íntegra,
para nós: a veste da sua filiação divina não se rompeu, mas é-nos dada do alto
da Cruz.
Antes da sua paixão, Jesus orou para que
pudéssemos ser um só. No entanto, a divisão e a guerra entre os seus seguidores
marcaram a história do Cristianismo. O sangue foi derramado, demasiadas vezes,
em nome de Jesus.
A violência do Calvário continua nas
cidades, nos campos do mundo inteiro e nas famílias. E as vítimas estão também
em todos os lugares: pessoas que passam fome, crianças abandonadas, assaltos e
assassinatos que vão manchando de sangue, os nossos dias.
Rezemos todos
Humilde Jesus, diante da vossa nudez,
descobrimos o essencial da nossa vida e da nossa alegria: sermos, em Vós,
filhos do Pai. Ajudai-nos a reconhecer e a bendizer, em cada despojamento que
sofremos, um encontro com a verdade do nosso ser, do nosso casal, da nossa
família, um encontro com a nudez redentora do Salvador. Dai-nos a veste
luminosa da vossa graça.
Todos: Pai Nosso
Cântico
Décima Primeira Estação – Jesus é pregado na cruz
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São Mateus, 27,
37-42: Por cima da sua cabeça puseram um letreiro, indicando a causa da Sua
condenação: “Este é Jesus, o rei dos Judeus”. Foram crucificados com ele dois
salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam insultavam-n’O e
abanavam a cabeça, dizendo: “Tu que destruías o Templo e o reedificavas em três
dias, salva-Te a Ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz!”. Os príncipes
dos sacerdotes, juntamente com os escribas e os anciãos, também troçavam d’Ele,
dizendo: “Salvou os outros e não pode salvar-Se! Se é rei de Israel, desça
agora da cruz, e acreditaremos n’Ele”.
Meditação
Jesus é pregado na cruz. O sudário de
Turim dá-nos uma ideia da crueldade incrível deste processo. Jesus não toma a
bebida anestesiante que Lhe fora oferecida: conscientemente assume todo o
sofrimento da crucificação. Na verdade Ele tomou e carregou sobre Si as nossas
dores» (Is 53, 3-4). Detenhamo-nos diante desta imagem de sofrimento, diante do
Filho de Deus sofredor. Olhemos para Ele nos momentos de presunção e de prazer,
para aprendermos a respeitar os limites e a ver a superficialidade de todos os
bens puramente materiais. Muitos casais confundem humildade com humilhação.
Quando isto acontece quando não se dispõem
a servir-se um ao outro, nem mesmo a pedir perdão quando erram. Querem somente
ser servidos.
Rezemos todos
Senhor Jesus Cristo, ajudai-nos a não
fugir perante o que somos chamados a realizar. Ajudai-nos a fazermo-nos ligar
estreitamente a Vós. Ajudai-nos a desmascarar a falsa liberdade que nos quer
afastar de Vós. Ajudai-nos a aceitar a Vossa liberdade «ligada» e a encontrar
nesta estreita ligação conVosco a verdadeira liberdade.
Todos: Pai Nosso
Cântico:
Décima Segunda Estação – Jesus morre na cruz
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São João 19,28-29:
Jesus, sabendo que tudo se consumara, para se cumprir totalmente a Escritura,
disse: «Tenho sede!» Havia ali uma vasilha cheia de vinagre. Então, ensopando
no vinagre uma esponja fixada num ramo de hissopo, chegaram-lha à boca. Quando
tomou o vinagre, Jesus disse: «Tudo está consumado.» E, inclinando a cabeça,
entregou o espírito.
Meditação
A respiração de Jesus estava ofegante.Com
dificuldade conseguia firmar os pés apoiando-os no cravo de ferro que os prendiam,
para elevar o corpo e poder respirar.
Aí está a Tua Mãe! Esta era a última
vontade do Redentor, o último capítulo do Divino Testamento. Para nós, sem
dúvida, foi uma grande surpresa, o presente mais amado e o melhor de todos,
afinal. Aquele discípulo representava todas as pessoas, a humanidade inteira,
inclusive nós. E Jesus ofereceu-nos a sua Mãe para ser também a nossa Mãe
espiritual.
Quando Jesus viu que tudo estava
terminado, gritou bem alto: Pai, nas tuas mãos entrego o Meu Espírito.
(Momento de silêncio e oração interior)
A Bíblia não diz o nome do discípulo que
estava ao lado de Nossa Senhora. É uma forma de mostrar que naquele discípulo
está a imagem de todas as gerações, a humanidade inteira. Assim, o que jesus
lhe disse, diz hoje a cada um de nós: filhos, aí está a vossa Mãe!
Todos: Avé Maria; Pai Nosso
Cântico
Décima Terceira Estação – Jesus é descido da cruz e entregue a Sua
Mãe
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São João 19,39-40:
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, embora oculto por
medo dos judeus, pediu a Pilatos para levar o corpo de Jesus. Pilatos
permitiu-lho. José veio então tirar o corpo de Jesus.
Veio também Nicodemos, aquele que, antes,
tinha ido de noite ao encontro de Jesus. Trazia uma mistura de quase cem libras
de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em ligaduras
juntamente com perfumes, com é costume sepultar entre os judeus.
Meditação
Como entardecia e não tinham notícias dos
crucificados, os homens do Sinédrio que tramaram a morte de Jesus, mandaram
mensageiros pedir autorização a Pilatos para quebrar as pernas dos
crucificados, a fim de acelerar a morte. A patrulha pretoriana chegou ao
Gólgota e quebrou as pernas dos dois ladrões. Vendo que Jesus estava morto, não
Lhe quebraram as pernas, mas para comprovar, um dos centuriões cravou a lança
com força no lado esquerdo de Jesus, penetrando entre a quinta e a sexta
costela, atingindo o coração. No mesmo instante saiu sangue e água.
Depois de pedir autorização a Pilatos,
José de Arimateia e Nicodemos compraram um lençol de linho branco e tiras de
pano, e retiraram o corpo de Jesus da cruz. E Maria, Sua Mãe, recebeu-O em seus
braços. Nos braços de Maria estava o corpo de Seu Filho querido; no coração de
Maria permanecia a dor e a angústia de uma Mãe aflita, ao ver as consequências
da maldade e da violência da humanidade!
Rezemos todos
Ó Maria, Mãe das dores, de Ti aprendemos a
dedicação ao SIM do amor, o abandono e o acolhimento, a confiança e a atenção
concreta, a ternura que cura a vida e suscita a alegria. Fortalecei a fé no
coração de todas as mães especialmente as que passam maiores provações, para
que, com serenidade possam enfrentar os momentos mais difíceis, na gratuidade
irradiante do amor, derramado por Deus nos nossos corações.
Todos: Pai Nosso
Cântico
Décima Quarta Estação – Jesus é sepultado
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São Mateus 27, 59-61:
José tomou o corpo, envolveu-O num lençol limpo e depositou-O no seu sepulcro
novo, que tinha mandado escavar na rocha. Depois, rolou uma grande pedra para a
entrada do sepulcro e retirou-se. Entretanto, estavam ali Maria Madalena e a
outra Maria, sentadas em frente do sepulcro.
Meditação
O sepulcro era cavado na rocha, distante
aproximadamente 100 metros do local da crucificação e onde ninguém tinha sido
colocado antes. As mulheres que haviam seguido o Senhor desde a Galileia
acompanharam os discípulos até ao Sepulcro. Depois, elas voltaram para casa a
fim de providenciarem perfumes e óleos para fazerem uma digna preparação do
corpo de Jesus, porque naquele primeiro momento não foi possível. Estavam no
final do "parasceve", véspera da festa da Páscoa dos judeus e a lei
não permitia. Por isso, sepultaram Jesus, à pressa e esperaram até à manhã de
domingo para irem ao túmulo prestar a última homenagem a Jesus.
Entretanto, não será no sepulcro que as
pessoas amigas de Jesus irão encontrá-LO. O óleo e os perfumes que as mulheres
prepararam para ungir o Corpo de Jesus deverão ser usados para aliviar o
sofrimento dos doentes e dos feridos. São os vivos que precisam da nossa
atenção. Quem morre vai para junto de Deus. Por isso mesmo, a lembrança dos
falecidos não deve trazer tristeza, mas deve motivar a nossa perseverança no
mesmo espírito de fé, justiça e amor fraterno no mundo.
"Eu vim para que todos tenham vida, e
vida em plenitude". (Jo 10,10). "Ora, se morremos com Cristo, cremos
que viveremos também com Ele, pois sabemos que Cristo, tendo ressurgido dos
mortos, já não morre, nem a morte terá mais domínio sobre Ele. Morto, Ele o foi
uma vez por todas pelo pecado; porém, está vivo, continua vivo para Deus!
Rezemos todos
Senhor Jesus, crucificado por amor de nós,
pedimo-Vos que nos revistais de Vós Mesmos, que identifiqueis nossa vida com a
Vossa vida; que nos substituais, para que o nosso viver seja somente uma
irradiação do Vosso viver. Fazei-nos crescer na salvação: renovando o nosso
espírito, curando as nossas emoções, sarando as nossas enfermidades, e
protegendo-nos de toda a armadilha e engano do demónio e seus anjos rebeldes.
Todos: Pai Nosso
Cântico
Décima Quinta Estação – A ressurreição da
família
L – Nós Vos adoramos, ó Cristo, e Vos
bendizemos
Todos – Porque pela Vossa Santa Cruz
remistes o mundo.
Do Evangelho segundo São João 19, 25-27:
Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã da sua mãe, Maria, a
mulher de Clopas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali ao pé a sua mãe e
o discípulo que Ele amava, disse à mãe: «Mulher, eis o teu filho!» Depois,
disse ao discípulo: «Eis a tua mãe!» E, desde aquela hora, o discípulo
acolheu-a como sua.
«A família é o lugar onde se aprende a
amar, o centro natural da vida humana. É feita de rostos, de pessoas que ama,
dialogam, se sacrificam pelos outros e defendem a vida, sobretudo a mais frágil
e débil. Sem exagerar, poder-se-ia dizer que a família é o motor do mundo e da história.
Cada um de nós constrói a própria personalidade em família, crescendo com a mãe
e o pai, com os irmãos e as irmãs, respirando o calor da casa.
A família é o lugar onde recebemos o nome,
o lugar dos afectos, o espaço da intimidade, onde se aprende a arte do diálogo
e da comunicação interpessoal.
Na família, a pessoa toma consciência da
própria dignidade e, especialmente se a educação é cristã, reconhece a
dignidade de cada indivíduo, de maneira particular do doente, frágil,
marginalizado.
A família funda-se no matrimónio. Através
de um gesto de amor livre e fiel, os esposos cristãos testemunham que o
matrimónio, enquanto sacramento, é a base sobre a qual se fundamenta a família
e torna mais sólida a união dos cônjuges e o seu doar-se recíproco. O matrimónio
é como se fosse um primeiro sacramento do humano, onde a pessoa se descobre a
si própria, se compreende a si mesma em relação aos outros e em relação ao amor
que é capaz de receber e de dar. O amor esponsal e familiar revela também
claramente a vocação da pessoa para amar de modo único e para sempre, e que as
provas, os sacrifícios e as crises do casal, assim como da própria família,
representam passagens para crescer no bem, na verdade e na beleza. No
matrimónio entregamo-nos completamente sem cálculos nem reservas,
compartilhando tudo, dons e renúncias, confiando na Providência de Deus. Esta é
a experiência que os jovens podem aprender dos pais e dos avós. Trata-se de uma
experiência de fé em Deus e de confiança recíproca, de liberdade profunda e de
santidade, porque a santidade supõe o doar-se com fidelidade e sacrifício cada
dia da nossa vida! Mas no matrimónio existem problemas. Há sempre diversos
pontos de vista, ciúmes e discussões. É necessário dizer aos jovens esposos que
nunca terminem o dia sem fazer as pazes entre eles. O Sacramento do matrimónio
é renovado neste gesto de paz depois de uma contenda, de um mal-entendido, de
um ciúme oculto e até de um pecado. Fazer as pazes confere unidade à família; é
preciso dizer isto aos jovens, aos jovens casais, que não é fácil percorrer
este caminho, mas que esta vereda é muito bonita, é deveras bela. É necessário
dizê-lo!
A «boa notícia» da família é uma parte
deveras importante da evangelização, que os cristãos podem comunicar a todos,
com o testemunho da própria vida; e já o fazem, e isto é evidente nas
sociedades secularizadas: as famílias verdadeiramente cristãs reconhecem-se
pela fidelidade, paciência, abertura à vida, respeito pelos idosos... O segredo
de tudo isto é a presença de Jesus na família. Portanto propomos a todos com
respeito e coragem, a beleza do matrimónio e da família, iluminados pelo
Evangelho! Por isso, aproximemo-nos com atenção e carinho das famílias em
dificuldade, daquelas que são obrigadas a deixar a sua terra, que vivem fragmentadas,
que não têm casa nem trabalho, ou que por tantos motivos vivem no sofrimento;
dos cônjuges em crise e daqueles que já se separaram. Desejamos estar próximos
de todos, mediante o anúncio deste Evangelho da família, desta beleza da
família.» (Papa Francisco ao Do Pontifício Conselho para a Família).
Oração Final
Senhor Jesus Cristo, não sei se admiro
mais pelos encontros que promoveste com os teus discípulos se o imenso amor que
tens por cada um de nós, Casais e conselheiros das Equipas de Nossa Senhora,
que manifestas nos encontros que temos hoje conTigo.
Seria ridículo dizer-Te, neste momento, um
obrigado, pelas maravilhas desses encontros Que vamos ao longo da nossa vida
Sobretudo com todos aqueles que se cruzam connosco, os que caminham ao nosso
lado e os que nos parecem estar à beira do caminho. Eu não sei o que dizer-Te.
Tu sabes bem o que vai dentro de mim! Não leves em conta as palavras que digo,
olha antes para aquilo que sou. Tu conheces bem o caminho que eu tenho
trilhado. Senhor, ajuda-me a caminhar com ânimo através da Tua Luz, levando
Contigo a cruz dos outros, como o bom samaritano.
Bênção Final
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