Li um dia, não sei onde
Li
um dia, não sei onde,
Que
em todos os namorados
Uns
amam muito, e os outros
Contentam-se
em ser amados.
Fico
a cismar pensativa
Neste
mistério encantado...
Diga
prá mim: de nós dois
Quem
ama e quem é amado?...
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O
amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe
bem olhar p'ra ela,
Mas
não lhe sabe falar.
Quem
quer dizer o que sente
Não
sabe o que há de dizer.
Fala:
parece que mente...
Cala:
parece esquecer...
Ah,
mas se ela adivinhasse,
Se
pudesse ouvir o olhar,
E
se um olhar lhe bastasse
P'ra
saber que a estão a amar!
Mas
quem sente muito, cala;
Quem
quer dizer quanto sente
Fica
sem alma nem fala,
Fica
só, inteiramente!
Mas
se isto puder contar-lhe
O
que não lhe ouso contar,
Já
não terei que falar-lhe
Porque
lhe estou a falar...
O
amor... pode ter que ver
Realmente
com
outras coisas, uma
Idealização,
um
desejo de encontrar qualquer
coisa
de perdido, nosso ...
Quer
dizer, é a procura de
encontrarmos
qualquer coisa que
a
nós nos falta e que tentamos
encontrar
no outro e nesse caso
tem
muito mais que ver
connosco
do que com outra pessoa.
©ANTÓNIO LOBO ANTUNES
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Amar!
Eu
quero amar, amar perdidamente!
Amar
só por amar: Aqui... além...
Mais
Este e Aquele, o Outro e toda a gente
Amar!
Amar! E não amar ninguém!
Recordar?
Esquecer? Indiferente!...
Prender
ou desprender? É mal? É bem?
Quem
disser que se pode amar alguém
Durante
a vida inteira é porque mente!
Há
uma Primavera em cada vida:
É
preciso cantá-la assim florida,
Pois
se Deus nos deu voz, foi pra cantar!
E
se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que
seja a minha noite uma alvorada,
Que
me saiba perder... pra me encontrar...
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VIVER
A vida dá-nos as
mãos
Que entrelaçam o
amor
Liberdade de ser
Amando sem
limites.
Do amor surge a
vida
Que dá
continuidade
Ao amor que tudo
alcança
Luz que ilumina a
terra.
Sentimentos que
perduram
Removendo as
areias da solidão
Verdade que brota
do coração.
Amor, semente que
cresce
Com sede de
vida
E esperança de
mar
Orquestrando
novas melodias.
Sorrisos
estampados nos rostos
Águas límpidas e
serenas
Alegria de viver
e permanecer!
© ANA ANTUNES (a publicar)
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AMANHECER EM TI…
Descobrir
o sonho em cada amanhecer
No
teu sorriso o meu embalo de ser
Tua
força é meu galho renascido
Numa
brisa de amor em que te invento
Tua
pele cheira a ternura e amanhãs
Num
compasso de espera sem medida
Um
Norte que se faz perto num querer
Uma
saudade de mel e sentimento
Desejar
o sopro da alma querida
Um
pedaço vence o tempo perdido
Um
rio que corre nas margens limpas
De
um Horizonte sem linha nem partida …
Vestir
o Amor num corpo de abrigo …
Uma
Lua ao sabor da esperança…
Uma
montanha no teto do sonho ….
Tu
e Eu num abraço sem fundo…
© Elsa Andrade (a publicar)
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Agora é diferente
Tenho o teu nome o teu cheiro
A minha roupa de repente
ficou com o teu cheiro
Agora estamos misturados
No meio de nós já não cabe o amor
Já não arranjamos
lugar para o amor
Já não arranjamos vagar
para o amor agora
isto vai devagar
isto agora demora
© Manuel António Pina
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Amei-te com as palavras
com o verde ramo das palavras
e a pomba assustada do coração.
Amei-te com os olhos
o espelho doido dos olhos
e a sede inextinguível da boca.
Amei-te com a pele
as pernas e os pés
e todos os gritos que trago
por debaixo da roupa.
Amei-te com as mãos
As mesmas com que te digo adeus.
© Rosa Lobato de Faria
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