Celebrar a Festa
da Sagrada Família neste tempo do Natal é manter aberto o nosso coração para
melhor compreender a Encarnação do Verbo, na realidade da vida humana e da
família. A humanidade torna-se a Grande Família de Deus e Ele nela revela-Se
profundamente humano.
“O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados
com o que d’Ele se dizia”, esta é a verdadeira atitude da espera ativa e cristã
de todas as famílias que pretendem ser pequenas igrejas domésticas:
Não se preocupar
com comodismos efémeros, mas antes estar admirados e atentos ao que o Senhor
nos diz e pede em cada momento, não desesperando nunca na espera por este
Menino que é o Emmanuel;
Arriscar sempre
tudo por Jesus e, assim, fazer da Sagrada Família de Nazaré a nossa casa e
escola de comunhão, é sem dúvida o maior desafio que é colocado hoje às
famílias e às comunidades cristãs, por isto, optar por este modelo de família é
cumprir e dar sentido a esta festividade.
As famílias de
hoje não são muito diferentes das famílias do tempo de Jesus. Passam e passaram
por muitas dificuldades. Haverá maior dificuldade que dar à luz um filho num estábulo?
No entanto, esta família é este lugar de acolhimento, carinho e ternura alegre,
principalmente com aquela criança que iria mudar e mudou de facto a nossa
História. A família de Nazaré superou todas as crises, até as de desânimo, porque
se tornou num espaço:
- de experiência
de vida, união e de oração;
- de diálogo,
tolerância e de respeito aberto às diferenças. Maria é a mulher do SIM. José é o homem do SIM;
- de busca
constante da paz. José é um homem trabalhador, protetor de Maria e de Jesus,
fiel e obediente a Deus;
- de vivência da
solidariedade com as dificuldades de tantas famílias. Maria é uma mulher humilde
e solidária;
Estes
critérios eram vivenciados pela família de Nazaré. Esta Trindade Humana só foi
Sagrada Família de Nazaré porque aceitou que Jesus nascesse e nela
permanecesse, “guardando no seu coração todas as coisas acerca d’Ele”.
Segui-los
e adotá-los como modelo para a nossa vida em família, é aquilo que nos é
proposto nesta solenidade. Só assim teremos uma família que educa na fé e para
a fé, para a cidadania, para a solidariedade e para as lutas a dois por uma
vida digna, é esse o caminho para a santidade.
Seguramente
a verdadeira forma de se santificarem juntos, marido, mulher e filhos, é percorrerem todos
o mesmo caminho de escuta e espera do Senhor, embora o ritmo de cada um possa
ser diferente.
António e Hermínia
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