A nossa existência é muito mais do que o tempo entre
o início e o fim da vida. A profundidade é essencial. Como se chega lá?
Através da escuta atenta de si mesmo.
A maior parte das pessoas como
não ouve, não sabe falar e não aprende. E se não aprende, não sabe
perguntar, tão-pouco responder. Escutar alguém é conhecê-lo. Escutarmo-nos a nós mesmos é revelarmo-nos à pessoa que mais importa que nos conheça e ajude. Claro, a razão terá de filtrar depois o que entrou pelo ouvido.
O que procuras?
Há diálogos aparentes que, na verdade, não são mais do que monólogos intercalados.
Os que estão silenciosos, por vezes, não estão a ouvir, apenas à espera da sua vez de falar.
A verdadeira escuta é uma reflexão profunda. Primeiro saímos de nós mesmos e dirigimo-nos ao outro, recolhemos então, com todos os sentidos, impressões, factos e dados.
Importa escutar as vozes originais, as que trazem opiniões distintas e aquelas que têm silêncios diferentes dos nossos.
Há um perigo comum que importa manter à distância: ficar surdo às palavras de tanto barulho por opiniões em excesso que se escutam à nossa volta.
O que procuras?
Escuta-te. Dialoga contigo mesmo. Aceita-te e sorri ao teu coração.
Com confiança, revela a ti próprio o que, no fundo de ti, és de mais elevado.
Não deixes que a morte te encontre a sonhar com o mesmo que sonhavas na juventude. Esquecido de que o tempo passou e nada fizeste para concretizar aquilo de que eras capaz. Cheio de desculpas para as tuas preguiças e orgulhos.
O que queres ouvir de ti mesmo quando os teus dias estiverem perto do fim?
Nessa altura, face à aparente inutilidade do que já não somos capazes... fica apenas o nosso valor enquanto pessoas. E a nossa voz interior, a de sempre, que um dia nos garantiu que íamos ser muito felizes.
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