Aquilo que vemos depende da altura a
que somos capazes de chegar com o olhar... não a partir da altura do nosso
corpo, mas da elevação do nosso espírito.
Somos a altura, a distância e os
horizontes que alcançamos.
Há um tempo e um espaço em que nos
devemos distanciar do mundo e dos outros. Elevarmo-nos acima de tudo o que nos
prende à lama e nos afasta do céu.
Por vezes, mais do que tentar mudar
os que estão à nossa volta, importa sermos capazes de garantir que não nos deixamos
rebaixar pelo mal que nos rodeia.
Há muitas pessoas que se perdem a
erguer artifícios e, pretendendo agradar aos outros, acabam por desperdiçar as
suas forças e talentos em favor de algo que apenas as degrada.
As paixões e os apetites duram
sempre pouco, porque se constroem em cima de desejos e fantasias que são sempre
passageiros e, na maior parte dos casos, cheios de nada.
Há quem consiga ascender pela
maldade, outros são derrubados por serem bons. Mas as contas não devem ser
feitas antes de que tudo esteja terminado.
Um bom apoio deve conferir segurança
e não se sobrepor àquilo que sustenta. Ser firme, justo e definitivo.
Só com fundações profundas se pode
erguer uma estrutura capaz de suportar o peso dos sofrimentos e dos sonhos de
alguém, sem tremer ou vacilar, ainda que, em cima, tudo se amedronte e
desequilibre.
Só o amor fortalece o amor.
(ilustração de Carlos
Ribeiro)
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