«Dá a liberdade ao homem fraco, e ele ligar-se-á com as suas
próprias mãos e ta devolverá. Para um espírito fraco a liberdade não faz
sentido.»
São palavras um pouco fortes estas que escolhi para a festa nacional da libertação (1) que hoje celebramos. Extraí-as de um escrito menor ("A senhoria") de um dos escritores a mim mais querido, o russo Fiodor Dostoiévsky.
Palavras fortes porque, se escutadas por um ditador, tornam-se música para os seus ouvidos. Quantas vezes, com efeito, os tiranos justificaram a sua repressão das liberdades pessoais dos cidadãos com o álibi da imaturidade das pessoas comuns, da sua debilidade incontrolável, das sua incapacidade de compreender o quanto a ordem é necessária.
É por isso que é sempre necessário ter alta a guarda contra todas as prevaricações de qualquer género de poder, sobretudo dos meios de comunicação social.
Há, todavia, naquelas palavras fortes uma verdade indiscutível. Ser livre é tudo menos fácil, tanto é que existe ainda hoje, aparentemente tão privados de vínculos, a tentação do bando para os jovens, de se alinharem nos comportamentos.
A pessoa fraca gosta de se mimetizar no grupo, não quer ser perturbada pela procura da verdade, prefere respostas confecionadas e encartadas já prontas a usar.
Como o cão que devolve ao dono o pau que este lançou, assim muitos devolvem a sua liberdade aos outros, aos quais delegam pensar, julgar e decidir, reservando-se apenas repetir os seus slogans, seguir as suas admoestações.
(1) Festa da Libertação, feriado nacional em Itália que se assinala a 25 de abril
P. (Card.) Gianfranco Ravasi
In "Avvenire"
Trad.: SNPC
Publicado em 24.04.2017
São palavras um pouco fortes estas que escolhi para a festa nacional da libertação (1) que hoje celebramos. Extraí-as de um escrito menor ("A senhoria") de um dos escritores a mim mais querido, o russo Fiodor Dostoiévsky.
Palavras fortes porque, se escutadas por um ditador, tornam-se música para os seus ouvidos. Quantas vezes, com efeito, os tiranos justificaram a sua repressão das liberdades pessoais dos cidadãos com o álibi da imaturidade das pessoas comuns, da sua debilidade incontrolável, das sua incapacidade de compreender o quanto a ordem é necessária.
É por isso que é sempre necessário ter alta a guarda contra todas as prevaricações de qualquer género de poder, sobretudo dos meios de comunicação social.
Há, todavia, naquelas palavras fortes uma verdade indiscutível. Ser livre é tudo menos fácil, tanto é que existe ainda hoje, aparentemente tão privados de vínculos, a tentação do bando para os jovens, de se alinharem nos comportamentos.
A pessoa fraca gosta de se mimetizar no grupo, não quer ser perturbada pela procura da verdade, prefere respostas confecionadas e encartadas já prontas a usar.
Como o cão que devolve ao dono o pau que este lançou, assim muitos devolvem a sua liberdade aos outros, aos quais delegam pensar, julgar e decidir, reservando-se apenas repetir os seus slogans, seguir as suas admoestações.
(1) Festa da Libertação, feriado nacional em Itália que se assinala a 25 de abril
P. (Card.) Gianfranco Ravasi
In "Avvenire"
Trad.: SNPC
Publicado em 24.04.2017
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