1. Presença das mulheres no âmbito eclesial
«Estes novos espaços e
responsabilidades que se abriram, e que desejo profundamente que possam
ampliar-se ainda mais à presença e à atividade das mulheres, tanto no âmbito
eclesial como nos contextos civil e profissional, não podem fazer esquecer o
papel insubstituível da mulher na família.
Os dotes de delicadeza,
sensibilidade e ternura peculiares, que enriquecem o espírito feminino,
representam não apenas uma força genuína para a vida das famílias, para a
propagação de um clima de serenidade e de harmonia, mas uma realidade sem a
qual a vocação humana seria irrealizável. E isto é importante! Sem estas
atitudes, sem estes dotes da mulher, a vocação humana não consegue realizar-se!
Se no mundo do trabalho e na esfera
pública é importante uma contribuição mais incisiva do génio feminino, contudo
tal contributo permanece imprescindível no âmbito da família, que para nós
cristãos não é simplesmente um lugar particular, mas sim aquela "Igreja
doméstica", cujas saúde e prosperidade são as condições para a saúde e a
prosperidade da Igreja e da própria sociedade.» (...)
A este ponto é espontâneo
interrogar-se: como é possível crescer na presença eficaz, em tantos contextos
da esfera pública, no mundo do trabalho e nos lugares onde são tomadas as
decisões mais importantes e, ao mesmo tempo, manter uma presença e uma atenção
preferencial e totalmente especial na, e para a, família? Trata-se do campo do
discernimento que, além da reflexão sobre a realidade da mulher na sociedade,
pressupõe a oração assídua e perseverante.»
25.3.2013
2. As primeiras testemunhas da Ressurreição
«As primeiras testemunhas da
Ressurreição são as mulheres. E isto é bonito. Esta é um pouco a missão das
mulheres: mães e mulheres! Dar testemunho aos filhos e aos pequenos netos, de
que Jesus está vivo, é o Vivente, ressuscitou.
Mães e mulheres, ide em frente com
este testemunho! Para Deus o que conta é o coração, quanto estamos abertos a
Ele, se somos filhos que confiam. Mas isto leva-nos a meditar inclusive sobre o
modo como as mulheres, na Igreja e no caminho de fé, tiveram e ainda hoje
desempenham um papel especial na abertura das portas ao Senhor, no seu
seguimento e na comunicação do seu Rosto, pois o olhar de fé tem sempre
necessidade do olhar simples e profundo do amor.
Os apóstolos e os discípulos têm
dificuldade de acreditar. As mulheres não.»
3.4.2013
3. Papela ativo na comunidade eclesial
«Não reduzamos o empenho das
mulheres na Igreja,; antes, pelo contrário, promovamos o seu papel ativo na
comunidade eclesial. Se a Igreja perde as mulheres, na sua dimensão global e
real, ela corre o risco da esterilidade.»
27.7.2013
4. Qual é a presença da mulher na Igreja?
«Muitas coisas podem mudar, e com
efeito mudaram, na evolução cultural e social, mas permanece um dado: é a
mulher que concebe, que traz no seu seio e que dá à luz os filhos dos homens. E
este não é simplesmente um dado biológico, mas encerra em si uma riqueza de
implicações quer para a própria mulher, em virtude do seu modo de ser, quer
para as suas relações, em função da sua maneira de se colocar em relação à vida
humana e à vida em geral. Chamando a mulher à maternidade, Deus confiou-lhe o
ser humano de forma inteiramente especial.
No entanto, aqui existem dois
perigos sempre presentes, dois extremos opostos que mortificam a mulher e a sua
vocação. O primeiro consiste em reduzir a maternidade a um papel social, a uma
tarefa, por mais nobre que seja, mas com efeito põe de lado a mulher com as
suas potencialidades e não a valoriza plenamente na construção da comunidade.
Isto tanto no âmbito civil, como no contexto eclesial. E, como reação a este há
outro perigo, em sentido oposto, que consiste em promover uma espécie de
emancipação que, para ocupar os espaços tirados ao masculino, chega a abandonar
o feminino, com os traços inestimáveis que o caracterizam.
E aqui, eu gostaria de ressaltar
que a mulher tem uma sensibilidade particular pelas «coisas de Deus», sobretudo
para nos ajudar a compreender a misericórdia, a ternura e o amor que Deus tem
por nós. Gosto de pensar também que a Igreja não é «o» Igreja, mas «a» Igreja.
A Igreja é mulher, é mãe, e isto é bonito. Deveis pensar e aprofundar isto.
(...)
Também na Igreja é importante
perguntar-se: qual é a presença da mulher? Sofro — digo a verdade — quando vejo
na Igreja ou em determinadas organizações eclesiais que o papel de serviço —
que todos nós temos e devemos ter — da mulher diminui para uma função de
servidumbre. Não sei se se diz assim em italiano. Compreendeis-me? Servidão.
Quando vejo mulheres que desempenham tarefas de servidumbre, não se entende
qual é o papel que a mulher deve desempenhar. Qual é a presença da mulher na
Igreja? Pode ser valorizada em maior medida?»
12.10.2013
5. Verdadeiros testemunho de fé
No Evangelho de hoje, Jesus narra
uma parábola sobre a necessidade de rezar sempre, sem se cansar. A protagonista
é uma viúva que, com a insistência da sua súplica a um juiz desonesto, obtém
que ele lhe faça justiça. E Jesus conclui: se a viúva conseguiu convencer
aquele juiz, julgais que Deus não nos ouve, se lhe suplicarmos com insistência?
A expressão de Jesus é muito forte: «Porventura não fará Deus justiça aos seus
escolhidos, que clamam por Ele dia e noite?» (Lucas 18, 7). (...)
Aprendamos da viúva do Evangelho a
rezar sempre, sem nos cansarmos. Esta viúva era forte! Sabia lutar pelos seus
filhos! E penso em tantas mulheres que lutam pela própria família, que rezam,
que nunca se cansam. Uma recordação hoje, da parte de todos nós, a estas
mulheres que com a sua atitude nos oferecem um verdadeiro testemunho de fé e de
coragem, um modelo de oração! Uma recordação a elas!»
20.10.2013
6. Solicitude feminina
«A Igreja reconhece a indispensável
contribuição da mulher na sociedade, com uma sensibilidade, uma intuição e
certas capacidades peculiares, que habitualmente são mais próprias das mulheres
que dos homens. Por exemplo, a especial solicitude feminina pelos outros, que
se exprime de modo particular, mas não exclusivamente, na maternidade.
Vejo, com prazer, como muitas
mulheres partilham responsabilidades pastorais juntamente com os sacerdotes,
contribuem para o acompanhamento de pessoas, famílias ou grupos e prestam novas
contribuições para a reflexão teológica. Mas ainda é preciso ampliar os espaços
para uma presença feminina mais incisiva na Igreja.»
A alegria do Evangelho (Evangelii
gaudium), 24.11.2013
7. Gestos de heroísmo
«Duplamente pobres são as mulheres
que padecem situações de exclusão, maus-tratos e violência, porque
frequentemente têm menores possibilidades de defender os seus direitos. E
todavia, também entre elas, encontramos continuamente os mais admiráveis gestos
de heroísmo quotidiano na defesa e cuidado da fragilidade das suas famílias.»
A alegria do Evangelho (Evangelii
gaudium), 24.11.2013
8. Sofrimento
«Não é opção progressista pretender
resolver os problemas, eliminando uma vida humana. Mas é verdade também que
temos feito pouco para acompanhar adequadamente as mulheres que estão em
situações muito duras, nas quais o aborto lhes aparece como uma solução rápida
para as suas profundas angústias, particularmente quando a vida que cresce
nelas surgiu como resultado duma violência ou num contexto de extrema pobreza.
Quem pode deixar de compreender estas situações de tamanho sofrimento?»
A alegria do Evangelho (Evangelii
gaudium), 24.11.2013
9. Uma Igreja sem religiosas?!
«Pensemos um pouco no que
aconteceria se não houvesse religiosas nos hospitais, nas missões, nas escolas.
Mas considerai, uma Igreja sem religiosas! Não se pode imaginar: elas são este
dom, este fermento que leva em frente o Povo de Deus. São grandes estas
mulheres que consagram a sua vida a Deus, que levam em frente a mensagem de
Jesus!»
2.2.2014
10. Vocações femininas
«Faço votos a fim de que os
Institutos religiosos femininos possam continuar a ser, de modo adequado aos
nossos tempos, lugares privilegiados da afirmação e do crescimento humano e
espiritual das mulheres.
As religiosas estejam prontas para
enfrentar até as tarefas e missões mais difíceis e exigentes, que valorizem as
suas capacidades intelectuais, afetivas e espirituais, os seus talentos e
carismas pessoais. Oremos pelas vocações femininas, acompanhando com estima as
nossas irmãs, que muitas vezes no silêncio e no escondimento despendem a sua
vida pelo Senhor e pela Igreja, na oração, na pastoral e na caridade.»
7.2.2014
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