O ano pastoral da Arquidiocese tem, em 2016/2017, um
desafio mariano: “A Fé Contemplada”. A alegria de ser discípulos missionários
entusiasma- nos a viver de forma renovada este Ano Pastoral. Fazemo-lo,
assumindo a celebração nacional do Centenário das Aparições em Fátima
(1917-2017), na perspetiva da fé contemplada. Neste ano, propomo-nos continuar
a redescobrir a nossa identidade cristã e o dom da fé, numa contínua adesão e
conversão a Jesus Cristo, através da contemplação das maravilhas que Deus opera
em Maria e na nossa própria vida pessoal, familiar, paroquial e social. Deste
modo, como Maria, somos felizes, porque acreditamos!
A oração é uma das principais fontes da alegria e
felicidade, em que se renova a nossa fé na luz, guia e companhia de Maria. Por
isso, na nossa caminhada do Advento e Natal, julgamos oportuno propor a oração
do rosário (ou parte dela). Posto isto, cada família é convidada a construir a
“Casa” para a Sagrada Família.
O assentimento de Maria – no Fiat e no Magnificat –
evidência substancialmente o acolhimento que Maria faz do chamamento de Deus,
da proposta divina para ser Mãe do Messias, e a correspondência que está
disposta a fazer da sua vida à vontade de Deus. Por isso, foi escolhido como tema
desta caminhada litúrgica, espiritual e pastoral: “Faça-se em mim, segundo a
Tua Palavra”.
Para exprimir todo este dinamismo numa imagem que
fosse a base de trabalho e de desenvolvimento da caminhada de Advento-Natal,
recorremos à figura da “Casa”, uma vez que o Plano Pastoral apresenta as Casas
de Maria, como lugares de contemplação da fé: a devoção mariana (piedade
popular), os santuários e as peregrinações, as famílias, a paróquia e as
periferias humanas. Neste sentido, vamos construir, ao longo deste ciclo
litúrgico e acompanhado o tempo forte do advento, a Casa de Maria, de José e do
Menino Jesus, ou seja, a Casa para a Sagrada Família, em cada casa e família,
para numa perfeita harmonia acolhermos as atitudes dela.
MAS, PERGUNTARÃO ALGUNS: TERÁ ALGUM INTERESSE A
SIMPLES RECITAÇÃO DO ROSÁRIO?
“Pode a recitação do rosário abrir o mundo ao Reino de
Deus? Depende do modo como o entendemos. O rosário é fundamentalmente a
repetição da palavra bíblica do anúncio da Encarnação. Ora, se assim é, coloca o
crente no princípio da salvação e da criação do mundo. A Encarnação é o espaço
e o tempo mais importante do mundo. Ao reiterar a saudação angélica, a pessoa
crente vai progressivamente entrando no domínio central da fé, esse lugar onde
a eficácia da criação e da salvação se torna real. Repetindo cada dia de novo
essa palavra fundadora, a pessoa vai recordando aquilo que nunca deve deixar de
ser lembrado: que Deus faz, pela Encarnação, existir a vida e o mundo. Que pode
haver de mais importante?” (Jorge Cunha, A recitação do Rosário, in Fermento,
n.º 203, setembro/2016, p. 2). E
continua o autor: “O efeito psicológico é evidente também. Que significa
repetir de cor? Significa deixar o coração ser invadido pela onda da vida no
seu eterno movimento. Ao repetir desinteressadamente, o espírito vai-se
conformando, vai-se moldando, vai tomando as qualidades que evoca. Claro que é
necessário purificar continuamente a atitude religiosa para superar a
superstição. Esta é o contrário do que estamos a dizer: o supersticioso quer
mudar a Deus em favor em seu próprio projeto e isso é insensato. Pelo
contrário, a verdadeira oração faz a mudança da pessoa desde a força que vem de
Deus. É esse o sentido da oração de petição: pedir o que Deus tem intenção de
dar e não o que a pessoa tem intenção de receber que, geralmente, é algo
interesseiro e mau. Uma forma de entrar na dinâmica do ano pastoral é, pois,
rezar o rosário. Todas as pessoas o podem fazer e não precisam de ser vistas ou
de pertencer a movimentos ou de terem lugares importantes e visíveis. Mas esta
atitude religiosa é a forma mais eficaz de entrar na pastoral da Igreja”
(Ibidem).
Arciprestado de Vila Nova de Famalicão
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