Há pessoas que não têm quem as oiça… Esta ausência de amor não é tristeza,
é algo bem mais profundo.
No mundo de hoje estamos cada vez mais fechados e julgamo-nos confortáveis
nesse nosso comodismo. Chegamos mesmo a pensar que os problemas do mundo acabam
quando desligamos a televisão. Esta ilusão de que comandamos a realidade,
dá-nos a falsa convicção de que são os outros que precisam de nos ouvir, e não
nós a eles.
É preciso lutar muito para que cada um de nós seja capaz de se evadir da
prisão onde está só.
Em qualquer caso, não basta ouvir, é preciso aprender a escutar o outro,
nos seus espaços, tempos e modos. Com humildade, aprender com ele...valorizá-lo
ao ponto de reconhecer, nos sucessos e fracassos, possibilidades de nos
enriquecer.
E importa mais ainda escutar quando não há palavras. Os silêncios íntimos
enchem-se de luz quando são partilhados, quando alguém está ali, connosco.
Juntos. Unidos na presença. Uma partilha do mesmo espaço, do mesmo tempo e do
mesmo modo de dizer o que se pensa e sente...um silêncio pleno de emoção e
verdade que a ninguém deixa indiferente. Por vezes, os amigos, mesmo os que já
morreram, parecem não estar, mas estão. Sempre de forma consistente e
autêntica, estão e são. São o que somos, porque querem ser connosco... o mesmo
que nós.
Há quem nos consiga escutar, sendo capaz de o fazer sem se aborrecer. Sem
sequer nos interromper para nos contar os seus problemas, medos e angústias. A
estes, nenhum elogio é bastante! Mas, por vezes… estes são aqueles que ninguém
quer escutar.
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