Eis uma carta curiosa e emocionante
de um adolescente para o Pai Natal. Os adolescentes também escrevam
cartas...
Embora dispensemos o
Pai Natal.., pensamos que o texto tem conteúdo e mensagem importantes.
“Querido Pai Natal
Há quanto tempo! Como
tens passado?
Sei que já não
esperas cartas de “meninos da minha idade”. Aos 16 anos já não se escrevem
cartas, mandam-se (quanto muito) e-mails! Mas este ano resolvi dar
notícias, é que tenho andado a pensar numas coisas…
Vou ser breve, sei
que não tens tempo, sei que já deves andar muito atarefado de um lado para
o outro a preparar pedidos e presentes para os meninos do Mundo! Lembro-me tão
bem de nesta altura começar a ficar ansioso e a desejar brinquedos e jogos
que só tu sabias que eu gostava! Só tu sabias o que eu queria, porque
nesta altura alguém recebia e lia as minhas cartas, o que nem sempre
acontecia o resto do ano. Nem sempre me trazias aquilo que pedia, mas
tinha quase sempre uma surpresa! Uma surpresa que rapidamente se
transformava em “mais do mesmo”, mas no momento de desembrulhar era bom.
Aliás, o que era mesmo bom era ter uma árvore cheia de presentes!
Não te preocupes!
Este ano não vou escrever nenhuma lista de compras como antigamente, até
porque a moda agora é mesmo enviar a lista por WhatsApp ou
pedir dinheiro. O dinheiro
funciona muito bem… é rápido, não se perde tempo nas filas das lojas e as
pessoas nem têm de nos conhecer assim tão bem… basta serem patrocinadores
de compras que, muitas vezes, nem sabem o que são.
Tantos anos focado
nas minhas listas de desejos que nunca me apercebi que nem todos os
meninos do Mundo recebem brinquedos e jogos no Natal. Até porque nem todos
os meninos do Mundo têm uma casa onde colocar o “sapatinho” na lareira.
Que estranho… durante tanto tempo achei que o Natal era só isto:
presentes! E que às vezes até eras muito injusto e desatento, quando não
trazias o que te pedia! Ficava mesmo zangado.
Hoje estou um
bocadinho mais crescido e acho que começo a perceber o sentido do Natal…
já percebi que não era uma questão de injustiça não ter as 30 coisas que
tinha pedido na lista, já percebi que tive muito mais do que alguma vez
precisei, mas percebi também porque é que as minhas listas eram cada vez
maiores e no fim sentia-me sempre insatisfeito.
Afinal os presentes
que eu precisava não podiam ser embrulhados com papel vermelho e laço
dourado… mas só agora, anos mais tarde, me dei conta que tenho tanto no
meu quarto e às vezes tão pouco dentro de mim.
Querido Pai Natal, hoje,
teria trocado os meus presentes da árvore de Natal por…
1) abraços apertados
dos meus pais;
2) ter a minha mãe a
dizer-me “não te preocupes, estou aqui para te ajudar” sempre que tinha medos;
3) conversas longas
com os meus pais;
4) ter o meu pai e
mãe a chegar cedo a casa;
5) passeios de
bicicleta ao fim-de-semana;
6) menos tempo em
frente ao computador;
7) jantares em
família e sem televisão;
8) jogos de futebol
com o meu pai;
9) aulas de cozinha
dadas pela minha mãe;
10) estar mais tempo
com os meus pais.
Querido Pai Natal,
este ano tenho um presente para ti! Deixo-te uma caixa cheia de paciência
para os miúdos que dia 25 vão ficar chateados por não desembrulharem
tudo aquilo que pediram… não te preocupes, eles só não entenderam ainda
que os presentes importantes não se vendem em lojas, nem se amontoam em
caixas coloridas debaixo da Árvore de Natal…
… os presentes importantes estão
presentes todos os dias
do ano.
Feliz Natal a todos!”
In: Oficina de Psicologia
Disponível em
:http://uptokids.pt/opiniao/carta-de-um-adolescente-ao-pai-natal/
Comentários
Enviar um comentário