PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Nos próximos dias do Tríduo Pascal,
não nos limitemos a comemorar a paixão, morte e ressurreição de Cristo, mas
façamos nossos os sentimentos e atitudes d’Ele, como nos diz o apóstolo São
Paulo: «Tende os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus». São sentimentos
de entrega e serviço, como vemos quando lavou os pés aos seus discípulos e Se
deu todo a eles sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho na Última Ceia.
Na Eucaristia, entramos em comunhão com Cristo Servo para podermos amar-nos uns
aos outros como Ele nos amou. E Ele amou-nos até ao dom total da sua vida,
realizado em Sexta-feira Santa na Cruz, transformando então o suplício mais
celerado no mais perfeito, pleno e puro acto de amor. Assim temos de fazer nós
também, porque só nos tornamos capazes de salvação, oferecendo a nossa própria
carne: devemos carregar aos ombros o mal do mundo e compartilhar o seu
sofrimento, absorvendo-o profundamente na nossa carne, como fez Jesus, como
fizeram os mártires. É verdade que às vezes a escuridão parece envolver a alma:
«Já não há nada a fazer!» E o coração sente-se sem forças para amar. São as
trevas que envolvem a terra. Jesus conheceu-as: «Meu Deus, meu Deus, porque me
abandonastes?». Tinha ainda o Pai e, nas suas mãos, entregou o espírito. Quando
caiu o silêncio da morte, quando a criação mergulhou na escuridão, permanece
Maria, sua Mãe, mantendo acesa a chama da fé esperando, contra toda a
esperança, na ressurreição de Jesus. E tinha razão! Na Vigília, ressoa de novo
o Aleluia pascal. É-nos dada a luz do Ressuscitado para que, em nós, já não
viva o lamento «não há nada a fazer» mas a esperança de quem se abre a um
presente cheio de futuro: Cristo venceu a morte, e nós vencemo-la com Ele.
Quarta-feira, 1º de Abril de 2015
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