Na
quarta feira, dia 7 de fevereiro, na Sala Paulo VI, Roma, o Papa Francisco apresentou
sete qualidades para encorajar os pais dos nossos dias.
As
crianças têm necessidade de um pai que use de SABEDORIA: «Meu filho, se o teu espírito for sábio, o meu coração
alegrar-se-á contigo! Os meus rins estremecerão de alegria, quando os teus
lábios proferirem palavras rectas» (Pr 23, 15-16). Não se poderia expressar
melhor o orgulho e a emoção de um pai que reconhece que transmitiu ao seu filho
aquilo que realmente conta na vida, ou seja, um coração sábio.
Esta
sabedoria conduz à MATURIDADE: Este
pai não diz: «Sinto-me orgulhoso de ti, porque és precisamente igual a mim,
repetes as palavras que pronuncio e aquilo que faço». Não, não se limita
simplesmente a dizer-lhe algo. Diz-lhe uma coisa muito mais importante, que
poderíamos interpretar assim: «Serei feliz cada vez que te vir agir com
sabedoria e comover-me-ei todas as vezes que te ouvir falar com rectidão. Foi
isto que desejei deixar-te, para que se tornasse algo teu: a atitude de ouvir e
agir, de falar e julgar com sabedoria e rectidão. E para que pudesses ser
assim, ensinei-te coisas que não sabias, corrigi erros que não vias.
Fiz-te
sentir um afago profundo e ao mesmo tempo discreto, que talvez não tenhas
reconhecido plenamente quando eras jovem e incerto. Dei-te um testemunho de
rigor e de firmeza que talvez não entendesses, quando só querias cumplicidade e
tutela. Fui o primeiro que tive de me pôr à prova da sabedoria do coração e
velar sobre os excessos do sentimento e do ressentimento, para poder carregar o
peso das incompreensões inevitáveis e encontrar as palavras certas para me
fazer entender. Agora — continua o pai — comovo-me quando vejo que tu procuras
comportar-te assim com os teus filhos e com todos. Estou feliz por ser teu
pai!». É isto que diz um pai sábio, um pai maduro.
Sem
uma real PROXIMIDADE, do filho e de
sua mãe ele não poderá tornar-se num verdadeiro pai: Um pai sabe bem quanto
custa transmitir esta herança: quanta proximidade, quanta meiguice e quanta
firmeza. No entanto, que consolação e recompensa se recebe, quando os filhos
honram esta herança! É uma alegria que compensa todos os esforços, que supera
qualquer incompreensão e cura todas as feridas.
Portanto,
a primeira necessidade é precisamente esta: que o pai esteja presente na
família. Que se encontre próximo da esposa, para compartilhar tudo, alegrias e
dores, dificuldades e esperanças. E que esteja perto dos filhos no seu
crescimento: quando brincam e quando se aplicam, quando estão descontraídos e
quando se sentem angustiados, quando se exprimem e quando permanecem calados,
quando ousam e quando têm medo, quando dão um passo errado e quando voltam a
encontrar o caminho; pai presente, sempre. Estar presente não significa ser
controlador, porque os pai demasiado controladores anulam os filhos e não os
deixam crescer.
A PACIÊNCIA é essencial: O Evangelho
fala-nos da exemplaridade do Pai que está nos céus — o único, diz Jesus, que
pode chamar-se verdadeiramente «Pai bom» (cf. Mc 10, 18). Todos conhecem a
extraordinária parábola denominada do «filho pródigo», ou melhor, do «pai
misericordioso», que se lê no capítulo 15 do Evangelho de Lucas (cf. 15,
11-32). Quanta dignidade e quanta ternura na expectativa daquele pai que está à
porta de casa, à espera do regresso do filho! Os pais devem ser pacientes.
Muitas vezes nada se pode fazer, a não ser esperar; rezar e esperar com
paciência, doçura, generosidade e misericórdia.
Também
a MAGNANIMIDADE é essencial: Mas os
filhos têm necessidade de encontrar um pai que os espera quando voltam dos seus
fracassos. Farão de tudo para não o admitir, para não o revelar, mas precisam
dele; quando não o encontram, abrem-se-lhes feridas difíceis de cicatrizar.
SER FIRME é saber
que: Um pai bom sabe esperar e perdoar, do profundo do coração. Sem dúvida,
também sabe corrigir com firmeza: não se trata de um pai fraco, complacente,
sentimental. O pai que sabe corrigir sem aviltar é o mesmo que sabe proteger
sem se poupar. Certa vez ouvi numa festa de casamento um pai dizer: «Às vezes
tenho que bater um pouco nos filhos... mas nunca no rosto, para não os
humilhar». Que bonito! Tem o sentido da dignidade. Deve punir, mas fá-lo de
modo correcto e vai em frente.
Por
fim, é preciso que o pai seja um HOMEM
DE FÉ: Por conseguinte, se alguém pode explicar até ao fundo a oração do
«Pai-Nosso» ensinada por Jesus, é precisamente quem vive pessoalmente a
paternidade. Sem a graça do Pai que está nos céus, os pais perdem a coragem e
abandonam o campo.
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