O que é um sínodo?
Que temas serão abordados?
Quem participa?
E que poder de decisão têm os bispos?
Entre
5 e 12 de Outubro, decorre o sínodo para a família. A Renascença
preparou um conjunto de perguntas e respostas que o ajudarão a compreender
melhor o que está em causa para a Igreja com este evento.
O que
é um sínodo?
Um
sínodo é um encontro de bispos da Igreja Católica. Pode ser local, de uma
diocese específica, ou pode ser da Igreja Universal. De três em três anos
reúne-se o sínodo ordinário da Igreja Católica, em que bispos representantes de
todas as conferências episcopais se encontram em Roma para discutir um tema
particular. Este sínodo é visto como um organismo consultivo para o Papa.
Que
tipo de sínodo vai ser este sobre a família?
Na
verdade são dois sínodos e não apenas um.
Entre 5 e 19 de Outubro de 2014
decorre o sínodo extraordinário; em Outubro de 2015 vai decorrer o sínodo
ordinário, também dedicados ao tema da família.
Embora
sejam eventos separados, com participantes diferentes, devem ser encarados como
parte da mesma reflexão global sobre o tema da família na Igreja.
Vai
decorrer ainda o Encontro Mundial de Famílias, nos Estados Unidos, em Setembro
de 2015, antes do segundo sínodo, mas que pode ser visto como parte do mesmo
processo global.
Porquê
a família?
O
tema do sínodo é escolhido pelo Papa. Com a crise que se tem abatido sobre as
famílias, o aumento de divórcios e o surgimento de novos tipos de organização
familiar, Francisco considera que é altura de a Igreja reflectir sobre os novos
desafios e a resposta a dar-lhes.
Que
assuntos vão ser discutidos?
Qualquer
assunto que tenha a ver com a família pode ser debatido, mas os principais
temas já foram elencados pelo documento de trabalho do sínodo e incluem o
conhecimento da doutrina da Igreja por parte dos leigos, questões de moral
sexual, o acesso aos sacramentos por parte das pessoas em uniões irregulares, a
evangelização, a preparação para o casamento e questões sobre o processo de
nulidade dos casamentos na Igreja.
Como
funciona o sínodo?
Normalmente
a primeira semana do sínodo está reservada a intervenções livres dos
participantes. Na segunda semana, em princípio, serão criados grupos de
trabalho para reflectir sobre os diferentes temas levantados e, no final, será
redigido, votado e aprovado um documento final.
O
sínodo tem poder de decisão?
Não.
Na Igreja Católica os sínodos de bispos são apenas consultivos. Quem tem a
última palavra é sempre o Papa, que pode aceitar ou ignorar as sugestões dos
bispos. No final do sínodo deverá ser redigido um documento que reúne as
principais conclusões e sugestões dos bispos, que é dado a conhecer ao Papa.
Mais tarde, deverá surgir uma exortação apostólica pós-sinodal, de autoria do
Papa, onde se apresentam as conclusões e onde poderão incluir-se eventuais
mudanças de disciplina e de prática da Igreja em relação aos assuntos discutidos.
Quando
podemos esperar conclusões?
Este
vai ser um processo longo. Não é provável que surja uma exortação pós-sinodal
para cada um dos sínodos, pelo que o mais provável é que apenas em 2016 surja
um documento final com as conclusões e eventuais mudanças, que englobe ambos.
Que
bispos participam?
Os
dois sínodos têm composições diferentes. No extraordinário, que começa já em
Outubro, participam os presidentes das diferentes conferências episcopais. No
caso de Portugal trata-se de D. Manuel Clemente, Patriarca de Lisboa. Já no
sínodo ordinário participarão mais bispos, havendo quotas para diferentes
países e regiões, que são escolhidos entretanto pelas conferências episcopais.
Há ainda vários bispos que são nomeados directamente pelo Papa, normalmente por
ocuparem funções de particular relevo para o assunto em discussão.
Só
participam bispos?
Só os
bispos podem votar, mas participam mais pessoas, incluindo leigos que sejam
peritos sobre o assunto. Neste sínodo, sendo o tema a família, participam
também alguns casais.
In Rádio Renascença:
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