Vivemos tempos difíceis e de austeridade,
cujas circunstâncias nos levam cada vez mais a apertar o cinto, a poupar e a
reinventar novas formas de não sofrer mais penalizações no orçamento familiar e
que podem gerar, mais tarde ou mais cedo, sentimentos de revolta e indignação
em cada um de nós e consequentemente no seio familiar. São tempos incertos,
gravosos e de alguma impotência, porque não conseguimos perceber, orientar e
apoiar quem vive com maior dificuldade, porque recebe uma parca reforma ou porque
caiu no desemprego e, no desânimo...
Perante estes factos, devemos questionar
qual o sentido e o rumo que queremos tomar para as nossas vidas e para as nossas
famílias.
O nosso papel de educadores cristãos ativos
e comprometidos exige que sejamos capazes de impor a diferença pela positiva, afirmar
e enaltecer com coragem os nossos princípios e valores, e de repensar o nosso
sentido de vida e de família. Hoje, não podemos ficar indiferentes e isolados
no nosso mundo, no nosso conforto privado e fazer de conta que vivemos apenas
uma crise económica, que a seu tempo passará. Na realidade, vivemos uma crise
de valores.
A verdade, a partilha, a justiça, a
equidade, a ética, a solidariedade, o altruísmo e tantos outros são valores
importantes e imprescindíveis, nestes tempos que correm, para a nossa
sociedade, para as nossas famílias, para os nossos amigos e para todos.
Temos que aprender ou reaprender a
partilhar para receber, a calar para escutar, a entender para vivenciar, a amar
para perdoar. A família possui esta capacidade de ser para os outros, de ir
mais além, de orientar, de educar, de ser vida plena de sentido, de estar
atento a… É no seu seio que se criam as pontes para a solidariedade e somos impulsionados
a estar atentos ao outro, a participar na sua história de vida, a levar-lhe o
nosso entusiasmo, a nossa dedicação e a nossa alegria.
Porque há alguém que sente que os seus
dias nascem sempre iguais, com pouca luz e com pouca cor e nós pretendemos que
ele não sinta assim…
Nós pretendemos levar-lhe a nossa solidariedade
e desta forma “procurar o outro e
participar na sua história de vida” (Cury, 2012).
Equipa da Pastoral Familiar
Arciprestal de Vila Nova de Famalicão
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