O PAPA EM FESTA COM AS FAMÍLIAS DO MUNDO
4. FAMÍLIA RERRIE (família dos Estados Unidos)
JAY: Vivemos perto de Nova York.
Meu nome é Jay, sou de origem jamaicana e trabalho em contabilidade.
Esta é a minha esposa Ana e é professora de apoio.
E estes são os nossos seis filhos, cujas idades variam de 2 a 12 anos. A partir disto, bem
pode imaginar, Santo Padre, como a nossa vida é feita de incessantes corridas
contra o tempo, de ânsias, de arranjos muito complicados...
Também lá, nos Estados Unidos, uma das prioridades absolutas é manter o emprego
e, para o conseguir, é preciso não olhar a horários… E muitas vezes quem padece
são precisamente as relações familiares.
ANA: É verdade! Nem sempre é fácil... Santidade, tem-se a impressão de que as
instituições e as empresas não facilitam a conciliação dos tempos de trabalho
com os tempos da família.
Imaginamos que também não seja fácil, para Vossa Santidade, conciliar os seus
compromissos sem fim com o repouso.
Pode dar-nos qualquer conselho para nos ajudar a encontrar esta harmonia tão
necessária? No turbilhão de tantos estímulos impostos pela sociedade actual,
como ajudar as famílias a viverem a festa segundo o coração de Deus?
SANTO PADRE: Óptima pergunta, e acho que entendo este dilema entre duas prioridades: a
prioridade do emprego, que é crucial, e a prioridade da família; mas como
conciliar as duas prioridades? Posso somente tentar dar algum conselho. Primeiro
ponto: há empresas que de certo modo permitem qualquer extra para a
família – o dia do aniversário, etc. –, tendo concluído que dar um pouco de
liberdade, no fim de contas, favorece a própria empresa, porque reforça o amor
ao trabalho, ao emprego. Por isso, gostava de convidar os empregadores a
pensarem na família, a darem uma mão também para que se possam conciliar as duas
prioridades. Segundo ponto: parece-me que é preciso, naturalmente, cultivar uma
certa criatividade – o que nem sempre é fácil! Mas pelo menos tentemos, em cada
dia, trazer qualquer elemento de alegria à família, uma atençãozinha, alguma
renúncia à vontade própria para estar com a família, e aceitar e superar as
noites, as trevas de que já falámos antes, e pensar a este grande bem que é a
família e assim, na grande solicitude de dar algo de bom cada dia, encontrar
também uma conciliação das duas prioridades E, finalmente, temos o domingo, a
festa! Espero que se respeite, na América, o domingo. É que me parece muito
importante o domingo, dia do Senhor e, precisamente como tal, também «dia do
homem», para que sejamos livres. Segundo a narração da criação, a intenção
originária do Criador era esta: um dia em que todos sejam livres. Nesta
possibilidade de um ser livre para o outro, para si mesmo, é-se livre para Deus.
E assim penso que defendemos a liberdade do homem, defendendo o domingo e os
dias festivos como dias de Deus e, deste modo, dias para o homem. Muitas
felicidades para vós todos! Obrigado!
Comentários
Enviar um comentário