Viver o Natal é nada mais nada menos do que fazer a experiência de um encontro interior entre aquilo que nos transcende e aquilo que é o dia a dia. Isto verifica-se sempre que passamos da rotina dos dias aos dias em que nos esforçamos por transformar a rotina em experiência do novo.
De facto todos os anos celebramos o Natal, cada um à sua maneira ou segundo as tradições locais e familiares… e isto é muitas das vezes rotineiro… mas quando o desejo do Natal arde no nosso íntimo, isto é, quando o mistério que o envolve, nos apanha vigilantes, preparados e despertos, então as centelhas da palavra semeada desabrocharão para nós como desafio e concretização da mudança. O habitual faz-se transcendência em nós. O mistério abre-se em experiência de um mais que nos deixa extasiados, maravilhados… naturalmente, esta experiência é uma experiência interior, do coração… não se vê. Ver com o coração é ver mais longe e mais largo; é superar o imediato e o supérfluo; é entrar noutra lógica, noutro dinamismo; é conquistar a esperança… Os nossos olhos vêm o horizonte a fechar-se, a desaparecer… o coração pelo contrário, abre os horizontes, faz desabrochar para o mistério revelado… Diria, vê como Deus vê!
Desta forma podemos dizer que Natal é este encontro entre dois corações que se vêm e se desejam mutuamente… O coração de Deus e o coração da humanidade, seja qual for a sua condição etária, cultural, religiosa, politica ou económica, encontram-se, ligam-se, batem a um mesmo ritmo cardíaco… por isso o natal não é tão somente aquilo que se vê, é muito mais do que o que conseguimos alcançar… O Natal é uma experiência pessoal e filial.
P.e Francisco Carreira
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