Solidez e coesão da família...

Para pensar e meditar...

A solidez e a coesão da família são o termómetro ético de toda e qualquer sociedade, dado que é a sua célula fundamental. As sociedades contemporâneas ocidentais, concretamente Portugal, defrontam-se com taxas de natalidade baixíssimas que colocam em causa a estabilidade social, cultural e financeira desses países.
A este respeito, não podemos ignorar o contributo contraproducente das medidas legislativas tomadas nos anos mais recentes, entre as quais: a equiparação do matrimónio às uniões de pessoas do mesmo sexo, a facilitação do divórcio e a consagração legal da liberalização do aborto. Medidas estas que enfraquecem, sem dúvida, a estrutura da família nuclear.
Não podemos resignar-nos a esta situação. A sociedade civil precisa de colocar a família na agenda política, sob pena de hipotecarmos o nosso futuro. A família necessita de um novo enquadramento legislativo com vertentes especiais, nomeadamente nas políticas sociais de apoio à natalidade e à educação escolar de todas as crianças e jovens.
Somente com base na coesão familiar é que os jovens poderão projectar a sua vida segundo os valores do amor, da fraternidade, da inter-ajuda, da partilha, da responsabilidade e da gratuidade. Uma estrutura familiar sólida e clara, auxiliada pelos diversos actores sociais, originará uma sociedade renovada. Também aqui a Igreja poderá dar o seu valioso contributo, porque é ampla a sua experiência neste campo educativo, propondo a alegria do encontro com Cristo, eternamente jovem, como caminho pleno de sentido para todos os que o queiram seguir, com determinação e paixão.

Discurso de abertura de D. Jorge Ortiga,
na Assembleia Plenária da Conferência Episcopal em 5 de Maio de 2011

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