A catedral da Família

Viver sem se deixar admirar, sem vislumbrar todas as coisas e ficar estupefacto com o que a natureza nos dá e ainda com a capacidade humana de "dominar a terra", é viver em permanente distracção.
Creio que nos dias que correm não podemos andar distraídos, alheados…
Se já entramos em alguma catedral, antiga ou mais moderna, certamente, que nos assaltou a admiração e o espanto… a beleza das formas e estilos dos retábulos, das cores dos vitrais, da imponência estética das abobadas… entre tantas outras pequenas particularidades que lhe dão alma e lhe conferem a magnanimidade de obras primas…
Mas há uma catedral maior, muito mais espantosa e admirável, incrivelmente surpreendente, mais bela e assombrosa do que as catedrais de pedra…
Falo-vos da catedral da família. Não é obra do poder do homem. Mas acontecimento natural. Onde está uma pessoa aí está uma catedral a lembrar-nos a família. A família é a alma do mundo e das sociedades. Construir sociedades prescindindo da família é abdicar da beleza e da harmonia por todos desejada.
Importa recordar a capacidade de comunhão, de partilha, de corresponsabilidade e de solidariedade em família para percebermos que a crise que atravessamos terá menos impacto se aprofundarmos os nossos laços familiares. A proximidade e vizinhança familiar entre pares podem ser no meio desta tempestade económica, financeira, social, cultural e moral, um factor de atenuação e de superação da crise.
Família, sê neste mundo a catedral da vida, a alma da sociedade, o sinal da paz social e o espaço da corresponsabilidade…

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