Ser pai… quando se é Pai? É-se pai quando se engravida.
A gravidez do pai dá-se em primeiro lugar no coração, onde a consciência e o sentimento de paternidade é gerado. A gravidez do pai dá-se sobretudo quando o homem passa além de uma paternidade biológica e assume uma procriação responsável, a qual inclui também a educação. Ser pai é um dom e uma vocação. Diríamos que ser pai é estar em permanente gestação. Acolher os filhos como um dom ou como promessa é assumir a grande tarefa inicial da criação: crescei e multiplicai-vos, enchei e dominai a terra…
Ser pai é estar ao serviço da vida e da criação. É ser servo da vida, ser seu cooperador, não tão somente na ordem da procriação apenas, mas sobretudo na capacidade de gerar uma vida com sentido e de dar ao mundo um mundo novo, cheio de beleza pela permanente novidade que a vida nos traz.
Ser pai é assim ser aprendiz e ser educador em simultâneo. Não há aqui lugar para compartimentar momentos ou afazeres. Tudo se torna acontecimento que marca a vida do próprio e dos seus familiares directos. Daí que ser pai é de igual modo ser homem e esposo, ser trabalhador honesto e honrado, bom administrador dos bens, gestor dos seus recursos, responsável e cumpridor no que diz respeito aos seus deveres civis, transmissor e comunicador dos valores morais, éticos e espirituais, incansável na busca do sentido da vida e cultivador da dimensão espiritual… vive integrado na sociedade que o rodeia e partilha das mesmas necessidades, angústias e tristezas, alegrias e esperanças que os seus contemporâneos… Apesar dos contratempos e do inesperado, tem memória e confia no futuro… A sua vida é um todo e um tudo que não prescinde de ninguém. Nem ninguém prescinde dele. Fazê-lo seria anular a ordem natural da existência humana e da sua sobrevivência enquanto ser para a felicidade.

P.e Francisco Carreira
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