"Lembrai-vos que não ser amado
não é uma tragédia;
é o não amar que é a tragédia.
Este é o sal da vida:
amar!"
Dom Tonino Bello
Este fim
de semana os meus pais completaram 50 anos de matrimónio. O celebrar
uma data que comemora tamanha longevidade de vida em comum, começa a ser
raro nos dias que vivemos.
Creio
que o segredo dos meus pais e de outros casais que chegam e ultrapassam
esta marca está nesta citação de D. Tonino (irei citar outras). A
tragédia dos casais de hoje é a de quererem encontrar a sua "alma gémea"
esquecendo-se que eles próprios têm que ser o mesmo para o seu amado.
"Amar,
voz do verbo morrer, significa se descentrar-se. Sair de si. Dar sem
perguntar. Ser discreto ao máximo como o silêncio. Sofrer para fazer
cair as escamas do egoísmo".
Amar não
é esperar que alguém me ame, mas ir ao encontro do outro e amá-lo. Como
posso sentir o amor se não amo? Como posso saber que o amor vem ao meu
encontro se não saio de mim mesmo para perceber o que é amar alguém?
Se olharmos para o Evangelho deste domingo, veremos que para o cristão o amor é exigente: «Como quereis que os outros vos façam, fazei-lho vós também. (…) Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso».
(Lc 6, 31. 36) Casar não é uma "fusão" de duas vidas, duas ideias… É
um caminhar juntos onde se vão limando arestas, ou como escreveu D.
Tonino, limpando as escamas do egoísmo de cada um.
"O
amor autêntico é uma planta que cresce, não um galho que seca. É uma
força que se expande, não uma energia que encolhe. É um trabalho que é
esculpido, não uma rocha que se quebra".
E isto é todo um trabalho a fazer neste caminho a dois. É uma obra para toda a vida.
Estes casais que vão somando Boda atrás de Boda, são aqueles que estão em contínua aprendizagem: «A
beleza da família é esta aprendizagem serena da diferença, a arte de
guardar aquilo que não se entende, aquilo que, porventura, não é o sonho
inicial.» D. Tolentino Mendonça.
Esta beleza inspirada em Deus, mudaria o mundo.
«Se vós vos apaixonasses por Jesus,
assim como na vida vos apaixonastes
por uma criatura,
ou por uma humilde ideia,
o mundo mudaria».
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