Na Quaresma, especialmente, os católicos são chamados a uma
transformação que também abrange o pensamento, sublinhou hoje o papa,
na missa a que presidiu, no Vaticano, onde acentuou que acreditar em
Deus não é uma representação.
«A Igreja diz-nos que as nossas obras devem converter-se, e
fala-nos do jejum, da esmola, da penitência», declarou Francisco,
acrescentando: «Fazer obras novas, obras com o estilo cristão, esse
estilo que vem das Bem-aventuranças, em Mateus 25».
A transformação pessoal, todavia, vai além das ações, apontou o
papa: «A Igreja também nos fala da conversão dos sentimentos; os
sentimentos devem converter-se igualmente».
Referindo-se às leituras bíblicas proclamadas nas eucaristias
desta segunda-feira, Francisco afirmou: «Mas hoje [a Igreja] fala-nos
da “conversão do pensamento”: não daquilo que pensamos, mas de como
pensamos, do estilo do pensamento. Eu penso com um estilo cristão ou
com um estilo pagão?».
«Não é habitual que pensemos deste modo. Não é habitual. O modo
de pensar, de crer, também deve ser convertido. Podemos perguntar: “Com
que espírito penso eu? Com o espírito do Senhor ou com o espírito
próprio, o espírito da comunidade a que pertenço, ou do grupinho ou
classe social a que pertenço, ou do partido político a que pertenço?"»
«Com que espírito penso eu? Saber se eu penso verdadeiramente com o
espírito de Deus. E pedir a graça de discernir quando penso com o
espírito do mundo e quando penso com o espírito de Deus. E pedir a graça
da conversão do pensamento»
Francisco observou que na Escritura se encontram exemplos de
pessoas que só parecem acreditar em Deus se a Ele estiver associado o
desencadeamento de fenómenos assombrosos, como é o caso da primeira
leitura bíblica de hoje (2 Reis 5, 1-15).
«O mesmo acontece com Jesus, que volta a Nazaré e vai à
sinagoga», trecho proclamado no Evangelho (Lucas 4, 24-30): inicialmente
os judeus estavam «espantados», estavam «contentes».
«Mas nunca falta um fala-barato, que começou a dizer: “Este, este é o filho do carpinteiro. O que é que nos ensina? Em que universidade é que estudou?”. “Sim, é o filho de José.” Começaram a cruzar-se as opiniões; e muda a atitude das pessoas, e querem matá-lo. Da admiração, do espanto, à vontade de matá-lo», comentou.
Esses interlocutores de Jesus, prosseguiu o papa, também «queriam o espetáculo»: «“Que faça milagres, esses que dizem que fez na Galileia, e nós acreditaremos”. E Jesus explica: “Em verdade digo-vos: nenhum profeta é bem aceite na sua pátria”».
«Porque nós fazemos resistência a dizer que algum de nós pode corrigir-nos. Tem de vir alguém com espetáculo para nos corrigir. E a religião não é um espetáculo. A fé não é um espetáculo, é a Palavra de Deus e o Espírito Santo que age nos corações», disse.
Depois de ter realçado que é possível recitar-se «todo o Credo, mesmo todos os dogmas da Igreja», mas se isso é feito sem «espírito cristão» então não serve de «nada», o papa regressou ao tema da «conversão do pensamento».
A terminar, Francisco frisou: «Com que espírito penso eu? Saber se eu penso verdadeiramente com o espírito de Deus. E pedir a graça de discernir quando penso com o espírito do mundo e quando penso com o espírito de Deus. E pedir a graça da conversão do pensamento».
«Mas nunca falta um fala-barato, que começou a dizer: “Este, este é o filho do carpinteiro. O que é que nos ensina? Em que universidade é que estudou?”. “Sim, é o filho de José.” Começaram a cruzar-se as opiniões; e muda a atitude das pessoas, e querem matá-lo. Da admiração, do espanto, à vontade de matá-lo», comentou.
Esses interlocutores de Jesus, prosseguiu o papa, também «queriam o espetáculo»: «“Que faça milagres, esses que dizem que fez na Galileia, e nós acreditaremos”. E Jesus explica: “Em verdade digo-vos: nenhum profeta é bem aceite na sua pátria”».
«Porque nós fazemos resistência a dizer que algum de nós pode corrigir-nos. Tem de vir alguém com espetáculo para nos corrigir. E a religião não é um espetáculo. A fé não é um espetáculo, é a Palavra de Deus e o Espírito Santo que age nos corações», disse.
Depois de ter realçado que é possível recitar-se «todo o Credo, mesmo todos os dogmas da Igreja», mas se isso é feito sem «espírito cristão» então não serve de «nada», o papa regressou ao tema da «conversão do pensamento».
A terminar, Francisco frisou: «Com que espírito penso eu? Saber se eu penso verdadeiramente com o espírito de Deus. E pedir a graça de discernir quando penso com o espírito do mundo e quando penso com o espírito de Deus. E pedir a graça da conversão do pensamento».
Fonte: Vatican News
Imagem: D.R.
Publicado em 05.03.2018
Imagem: D.R.
Publicado em 05.03.2018
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