Esperamos com demasiada frequência que a alegria venha a nós,
quando a verdade é que a alegria é algo por cuja criação devemos assumir
a responsabilidade, não só em nosso favor, mas também em favor dos
outros.
A beleza da alegria é que, tal como um vitral através do qual a
luz se decompõe numa miríade de cores, esta nos permite ver como a vida
é boa, mesmo quando parece não o ser.
A alegria não é um acontecimento; é a atitude que uma pessoa
saudável adota em cada situação da vida: trabalho, família, vida social,
e até em momentos de tensão pessoal.
Fala de esperança e de abertura, de possibilidades fascinantes e
da convicção profunda de que aquilo que nos é dado na vida é-nos dado
para nosso próprio bem.
A pessoa espiritualmente madura confia na presença de um Deus de
amor que fará com que este momento, seja ele de que tipo for, amadureça
na alma. É através da lente da alegria que devemos aprender a olhar
para tudo na vida. Tudo isso é bom, mas nem sempre o reconhecemos,
quando acontece.
Para sermos pessoas verdadeiramente santas, devemos deixar de
pensar na alegria como um acidente da natureza e começar a fazer dela
uma prioridade. «Lembra-te sempre que a alegria não é acidental na tua
busca espiritual. É vital», ensinava "rebbe" Nachman de Breslov.
E os antigos recordam-nos: «Não há santos tristes.» Nunca
confundas santidade com rigidez, morbidez ou mau humor. Estes provêm da
preocupação com o ego, não de uma qualquer perceção da presença de
Deus.
Joan Chittister
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