Para sermos felizes, o amor faz quase tudo e nós quase nada. Mas o amor só
dá o seu quase tudo depois de nós darmos o nosso quase nada.
O amor é a semente viva do nosso sangue. Aquilo que faz com que entreguemos
o que somos e temos. Tudo. A vida e o tempo, sem atrasos ou grandes dúvidas.
O amor é um reconhecimento de mim no outro e do outro em mim. Contemplar as
profundidades escondidas do coração é admirar o céu que existe no mais íntimo
do íntimo de todas as pessoas. É aí que se esconde e se revela o divino em cada
um de nós.
O amor exige-nos tudo. O nosso tudo que é pouco face ao tudo que será nosso
se formos capazes de amar. Esperando contra todos os desesperos e sonhando
apesar de todas as angústias.
Quando alguém ama torna-se livre. Voa, por fim, aliviado do peso das coisas
insignificantes a que tantos chamam essenciais.
A felicidade não é o que acontece depois de se ter alcançado tudo o que se
deseja. Passa, sim, pela capacidade de sermos gratos por aquilo que já temos e
pela paciência de esperar aquilo que sonhamos. Afinal, o dia de hoje será algo
que muitos hão de chorar terem menosprezado.
Ninguém é feliz longe do amor.
O que importa fazer antes que esta vida acabe? Vai e faz. Hoje. Lança-te
como um vento e esforça-te por chegar onde possas encontrar o amor. Não esperes
que ele te encontre. Acredita. O amor já te encontrou e está à tua espera.
Vai.
José Luís Nunes Martins
In: http://rr.sapo.pt/artigo/80009/o_amor_liga_o_finito_ao_infinito
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