"A vida não nos foi dada para que a conservemos
para nós mesmos, mas nos foi dada para que a doemos!"
Mais uma quarta-feira de festa na Praça São Pedro no
Vaticano; de fato, mais de 70 mil fiéis provenientes de todas as partes do
mundo se reuniram para ouvir a catequese do Papa Francisco no âmbito da
audiência geral. No encontro desta manhã o Santo Padre refletiu sobre três
textos do Evangelho que ajudam a entrar no mistério de uma das verdades que se
professam no Credo: Jesus “de novo há de vir em sua glória para julgar os vivos
e os mortos"; os textos foram o das dez virgens, a dos talentos e o do
Juízo Final.
Na parábola das dez virgens – disse o Papa – o Esposo
que as jovens esperam com as lâmpadas de azeite é o Senhor. O tempo de espera é
o tempo que devemos manter acesas as nossas lâmpadas da fé, da esperança e da
caridade, é o tempo antes de sua vinda final.
“O que se pede é que devemos estar preparados para o
encontro, que significa saber ver os sinais de sua presença, manter viva a
nossa fé, com a oração e com os Sacramentos; trata-se de ser vigilantes para
não dormirmos, para não nos esquecermos de Deus".
Já na parábola dos talentos, se recorda que Deus
concedeu dons que devem ser usados e multiplicados, pois no seu retorno
perguntará como foram utilizados.
Esta parábola – disse o Papa – nos fala que a espera
do retorno do Senhor é o tempo da ação, o tempo no qual usar os dons de Deus,
não para nós mesmos, mas para Ele, para a Igreja, para os outros, o tempo no
qual procurar sempre fazer crescer o bem no mundo. E em particular hoje, neste
período de crise, é importante não se fechar em si mesmo, enterrando o próprio
talento, mas abrir-se, ser solidário, estar atento ao outro. E falando aos
jovens disse:
“A vocês, que estão no início do caminho da vida,
peço: vocês pensaram nos talentos que Deus lhes deu? Pensaram em como podem
colocá-los ao serviço dos outros? Não enterrem os talentos! Apostem em ideais
grandes que alargam o coração, ideais de serviço que tornam fecundos os seus
talentos. A vida não nos foi dada para que a conservemos para nós mesmos, mas
nos foi dada para que a doemos. Caros jovens, tenham uma grande coragem! Não
tenham medo se sonhar coisas grandes!"
Na parábola do Juízo Final se descreve a segunda vinda
do Senhor e se adverte que seremos julgados na caridade, segundo o que amamos
aos demais, especialmente aos mais necessitados.
“Queridos irmãos e irmãs, olhar para o Juízo Final
jamais nos deve provocar medo; mas ao contrário nos impulsione a viver melhor o
presente. Deus oferece-nos, com misericórdia e paciência este tempo para
aprendermos a reconhecê-Lo nos pobres e nos humildes e perseverarmos vigilantes
no amor. Possa o Senhor, no fim da nossa vida e da nossa história,
reconhecer-nos como servos bons e fiéis!"
O Santo Padre saudou ainda os diversos grupos de
peregrinos presentes, entre os quais o de língua portuguesa!
“Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede
bem-vindos! Saúdo com afeto os grupos de Portugal e do Brasil, em particular os
fiéis das paróquias Divino Pai Eterno de Goiânia e São Pedro de Vila Rica,
encorajando-vos a todos a apostar em ideais grandes, ideais de serviço que
engrandecem o coração e tornam fecundos os vossos talentos. Confiai em Deus,
como a Virgem Maria!"
Na conclusão do encontro Papa Francisco concedeu a
todos a sua Benção Apostólica.
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