Papa Francisco aos Noivos em Dia dos namorados - “Não devemos deixar-nos vencer pela cultura do provisório, que hoje nos invade a todos”
O
Papa Francisco encontrou-se hoje no Vaticano com 25 mil noivos, por ocasião do
dia de São Valentim, a quem pediu que vivam sem medo das “escolhas
definitivas”.
“Hoje,
muitas pessoas têm medo de fazer escolhas definitivas, por toda a vida,
parece-lhes impossível. Hoje tudo muda rapidamente, nada dura muito”, declarou
perante participantes vindos de 30 países, incluindo quatro portugueses, numa
iniciativa promovida pelo Conselho Pontifício da Família sob o lema ‘A alegria
do sim para sempre’.
“Não
devemos deixar-nos vencer pela cultura do provisório, que hoje nos invade a
todos”, acrescentou o Papa.
Francisco
sustentou que a vida familiar deve ser construída não sobre a “areia dos
sentimentos que vão e volta”, mas sobre “a rocha do amor verdadeiro, o amor que
vem de Deus”.
“A
família nasce deste projeto de amor que quer crescer, como se construísse uma
casa que seja lugar de afeto, de ajuda, de esperança, de apoio”, prosseguiu.
Respondendo
a três questões colocadas por representantes da assembleia, o Papa pediu que os
noivos façam do seu casamento “uma verdadeira festa”, uma festa “cristã, não
uma festa mundana”, mas “com Jesus”.
“É
bom que o vosso casamento seja sóbrio e faça sobressair aquilo que é
verdadeiramente importante. Alguns estão mais preocupados com os sinais
exteriores, o banquete, as fotografias, o vestido e as flores: são coisas
importantes numa festa, mas só se forem capazes de indicar o verdadeiro motivo
da vossa alegria”, recomendou.
Francisco
destacou que o matrimónio católico implica “estar juntos e saber amar-se para
sempre” e precisa da oração.
“Senhor,
dá-nos hoje o amor nosso de cada dia” foi a oração que sugeriu e fez repetir
aos presentes, parafraseando o Pai-Nosso.
Segundo
o Papa, a vida em conjunto é “uma arte”, um caminho de paciência e de beleza
que se faz todos os dias e para o qual são necessárias “três palavras”, que já
propôs noutras ocasiões: Com licença, obrigado e desculpa.
“Hoje,
nas nossas famílias, no nosso mundo, tantas vezes violento e arrogante, há
necessidade de muito mais cortesia”, precisou.
Francisco
observou que a vida a dois deve manter viva “a consciência de que a outra
pessoa é um dom de Deus, que se tem sempre de agradecer”.
“Sabemos
todos que não existe a família perfeita. Nem marido perfeito nem mulher perfeita.
Não vamos sequer falar da sogra perfeita...”, acrescentou, arrancando
gargalhadas aos participantes no encontro.
A
intervenção, aplaudida várias vezes pelos presentes, recordou ainda a tentação
de “acusar o outro para se justificar a si próprio”.
“É um
instinto que está na origem de muitos desastres. Aprendamos a reconhecer os
nossos erros e a pedir desculpa”, declarou o Papa.
Francisco
sublinhou a importância da “paz” em todos os lares, com pequenos gestos, para
que os casais “nunca acabem o dia sem pedir-se perdão”.
“O
casamento é um trabalho de todos os dias, um trabalho artesanal, porque o
marido tem a missão tem a missão de fazer da esposa mais mulher e esta tem a
missão de fazer do marido mais homem. Crescer em humanidade, como homem e
mulher”, sustentou.
"Os
filhos terão esta herança, de ter um pai e uma mãe que cresceram juntos,
fazendo-se, um ao outro, mais homem e mais mulher", concluiu.
A
audiência concluiu-se com uma oração, especialmente redigida para o evento, em
várias línguas.
Cidade do Vaticano, 14 fev 2014 (Ecclesia)
Comentários
Enviar um comentário