As VIII Jornadas da Família, sob o tema "Educar para
quê?", decorreram no passado sábado, dia 2 de Fevereiro, no Centro
Pastoral de Santo Adrião, Vila Nova de Famalicão. Participaram neste encontro
formativo para famílias cerca de trezentas pessoas, oriundas na sua maioria das
paróquias de Santo Adrião, Brufe e Cavalões, promotoras do evento, entre muitas
outras de outras paróquias do arciprestado e fora dele.
O conferente, Pe. Alberto Brito, provincial da Companhia de
Jesus em Portugal, começou por propor um olhar sobre o ato de educar não só na
vertente do transmitir conhecimentos mas sobretudo que a educação é um permitir
caminhos que se traduzam numa mais-valia libertadora para a pessoa. A educação,
seja ela qual for, há de ser sempre um caminho que ajuda a formar homens e
mulheres vertebrados e não moluscos. Assim a pergunta em vez de ser
"Educar para quê?" poderia traduzir-se em "Educar para
onde?". Qual o caminho a percorrer? O importante é perceber que o que não
passa pela liberdade da pessoa vai sempre desintegrar-se. Por isso, a educação
tem de apostar em formar pessoas vertebradas, que caminham a quatro pés para se
manterem em equilíbrio.
Estes quatro pés, crescendo e desenvolvendo-se cada qual
segundo o seu tempo e circunstância, movem-se entre o eixo do dever (Família-Estabilidade
[1.º Pé] e Escola-Obrigação [2.º Pé]) e o eixo do prazer (Convívio-Sociabilidade
[3.º Pé] e Espírito-Gratuidade [4.º Pé]). Fazer este percurso educativo,
assente nestes quatro pés, é investir na formação de pessoas vertebradas. Este equilíbrio,
porém, não é estático. Pelo contrário é um equilíbrio dinâmico, como o de uma
bicicleta. No fundo, todos sabemos que não crescemos em linha reta.
A construção da pessoa precisa de tempo e de gratuidade. O
que mais contribui para a sua edificação é a coerência dos pais ou dos
educadores. Os filhos não obedecem aos pais ou aos educadores. Eles imitam-nos.
Não como quem faz uma cópia a papel químico ou tira uma fotocópia mas por assimilação daquilo que é
natural nos pais ou educadores e que eles descobrem ser autêntico, verdadeiro,
assumido e vivido com naturalidade entre todos.
Daí a necessidade de investir na distância crítica para
aprender a arrumar a cabeça e não sobrecarrega-la com coisas superficiais e
banais. A assimilação não é proporcional nem está sujeita à aceleração. Para arrumar
a cabeça e assimilar conteúdos é preciso uma escala de valores de referência. Sem
ela a construção desmorona-se.
"O ser
humano é, até ver, uma só coisa…" afirmou o Pe. Alberto, concretizando que
só se pode educar aquilo que existe, o que está diante dos olhos… E o que está
diante de nós é o Homem e é a Mulher, capazes da transcendência e por causa
disso, capazes de se transcenderem, de se superarem, de crescerem em tensão
misteriosa. Desta forma percebemos que o mistério é algo sobre o qual eu posso
progredir sempre. A vida é um crescendo…
Equipa de Pastoral Familiar de São Martinho de Brufe
Equipa de Pastoral Familiar de Santo Adrião
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