O PAPA EM FESTA COM AS FAMÍLIAS DO MUNDO
3. FAMÍLIA PALEOLOGOS (família grega)
NIKOS: Boa noite! Somos a família Paleologos. Vimos de Atenas. Chamo-me Nikos, e ela
é a minha esposa Pania. Estes são os nossos dois filhos: Pavlos e Lydia.
Há alguns anos, juntamente com mais dois sócios e investindo tudo o que
tínhamos, começámos uma pequena sociedade de informática.
Com a chegada da duríssima crise económica actual, os clientes diminuíram
drasticamente e os que ficaram adiam cada vez mais os pagamentos. Mal
conseguimos pagar os salários dos dois trabalhadores que temos, ficando
pouquíssimo para nós, os sócios. Assim, à medida que passam os dias, vai havendo
cada vez menos para manter as nossas famílias. A nossa situação é apenas uma
dentre muitas, uma entre milhões de outras. Na cidade, as pessoas caminham de
cabeça baixa; e já ninguém tem confiança em ninguém, falta a esperança.
PANIA: Mesmo nós, embora continuando a acreditar na providência, temos dificuldade em
imaginar um futuro para os nossos filhos.
Há dias e noites em que nos perguntamos, Santo Padre, como fazer para não perder
a esperança. Que pode a Igreja dizer a toda esta gente, a estas pessoas e
famílias sem qualquer perspectiva?
SANTO PADRE: Queridos amigos, obrigado por este testemunho que tocou o meu coração e o
coração de todos nós. Que podemos responder? Não bastam as palavras; temos de
fazer algo de concreto e todos nós sofremos pelo facto de sermos incapazes de
fazer algo de concreto. Comecemos pela política: parece-me que deveria crescer o
sentido da responsabilidade em todos os partidos. Não prometam coisas que não
podem realizar; não se limitem a procurar votos para si, mas sintam-se
responsáveis pelo bem de todos. Que se perceba que política é sempre também
responsabilidade humana, moral diante de Deus e dos homens. Depois,
naturalmente, temos os indivíduos que sofrem e – muitas vezes sem possibilidade
de se defenderem – vêem-se obrigados a aceitar a situação como ela é. Mas aqui
podemos também dizer: cada um procure fazer tudo o que lhe é possível, pense em
si, na família, nos outros, com um grande sentido de responsabilidade, sabendo
que os sacrifícios são necessários para avançar. Terceiro ponto: Que podemos
fazer nós? Esta é a minha questão, neste momento. Creio que talvez pudessem
ajudar as geminações entre cidades, entre famílias, entre paróquias… Agora, na
Europa, temos uma rede de geminações, mas trata-se de intercâmbios culturais –
sem dúvida, muito bons e muito úteis –, quando talvez haja necessidade de
geminações noutro sentido: que realmente uma família do Ocidente, da Itália, da
Alemanha, da França... assuma a responsabilidade de ajudar outra família. E o
mesmo se diga das paróquias, das cidades: que assumam responsabilidades reais,
ajudem concretamente. E podeis estar certos! Eu e muitos outros rezamos por vós,
e esta oração não é só dizer palavras, mas abre o coração a Deus e assim gera
também criatividade na busca de soluções. Esperamos que o Senhor vos ajude, que
o Senhor vos ajude sempre! Obrigado!
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