Mensagem do Papa ao II Congresso Nacional da Família no Equador (9 a 12 de Novembro 2011), sob o tema: "A família do Equador em missão: o trabalho e a festa ao serviço da pessoa humana."
O tema do congresso, disse o Papa "reconhece que a família, nascida da aliança de amor e do compromisso total e sincero de um homem e de uma mulher no casamento, não é algo privado ou fechado a si mesmo. Essa, pela vocação que lhe é própria, presta um serviço maravilhoso e crucial para o bem comum da sociedade e da missão da Igreja".
O Papa sublinhou que "a sociedade não é uma mera soma de indivíduos, mas o resultado de relações entre as pessoas - homens e mulheres, pais e filhos, entre irmãos - que têm a própria base na vida familiar e nos laços emocionais que trazem consigo. Toda a família transmite para a sociedade, através de seus filhos, a riqueza humana que viveu. Com boa razão, podemos dizer que da saúde e da qualidade das relações familiares depende a saúde e a qualidade das relações sociais”.
Comentando o tema do Congresso, o Papa reconheceu que "o trabalho e as férias estão profundamente ligados à vida das famílias: afectam as escolhas, afectam as relações entre os cônjuges e entre os pais e os filhos, e influenciam nos laços da família com a sociedade e com a Igreja".
Através do trabalho "o homem experimenta-se a si mesmo como sujeito participante no projecto criador de Deus. É por isso que a falta de emprego e a precariedade do mesmo atacam a dignidade do homem, criando não só as situações de injustiça e pobreza, que muitas vezes degeneram em criminalidade, desespero e violência, mas até mesmo crise de identidade nas pessoas."
É urgente que “surjam por onde quer que seja meios eficazes, atitudes sérias e reflexivas, assim como uma vontade franca e indestrutível que permita que todos tenham acesso a um trabalho digno, estável e bem remunerado, por meio do qual se santifiquem e participem activamente no desenvolvimento da sociedade, conciliando um trabalho intenso e responsável com tempos adequados para uma agradável, frutuosa e harmoniosa vida familiar”.
"Um ambiente familiar sereno e construtivo - disse Bento XVI - com as suas obrigações domésticas e seus afectos, é a primeira escola de trabalho e o espaço mais adequado para a pessoa descobrir seu potencial, superando as próprias ansiedades do desempenho e dando asas para as suas nobres aspirações. Além disso, a vida familiar ensina a superar o egoísmo, a nutrir a solidariedade, a não desprezar o sacrifício pela felicidade do outro, a valorizar a bondade e a rectidão, e a aplicar-se com convicção e generosidade, em nome do bem-estar comum e do benefício mútuo, mantendo-se pessoalmente responsável por si, pelos outros e pelo meio ambiente."
Quanto às férias, o Papa sublinha que "humanizam o tempo, abrindo-o para o encontro com Deus, com os outros e com a natureza”.
É por isso que as famílias têm necessidade de "recuperar o verdadeiro significado das festividades, especialmente do domingo, dia do Senhor e do homem”.
"Na celebração eucarística dominical a família experimenta aqui e agora a presença real do Senhor Ressuscitado, recebe uma nova vida, acolhe o dom do Espírito, aumenta o próprio amor pela Igreja, escuta a Palavra de Deus, partilha o Pão eucarístico e se abre ao amor fraterno".
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